Um alerta sobre o poderio financeiro do crime organizado no Brasil foi feito na tribuna da Câmara dos Deputados. Em pronunciamento na terça-feira (16/12), o deputado federal Merlong Solano (PT/PI) afirmou que a chamada "economia do crime" ou "PIB do crime" pode movimentar até R$ 2 trilhões por ano no país, um montante que corresponde a cerca de 15% a 20% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
O parlamentar destacou o crescimento econômico de uma verdadeira "macroeconomia paralela", alimentada não apenas pela violência tradicional, mas por um leque de crimes de colarinho branco e ambientais. "Estamos falando de uma economia paralela que corrói o desenvolvimento do país", afirmou Solano, baseando-se em estudos de instituições como Ipea, FGV e BID.
Peso dos números e operações de impacto
Merlong Solano citou operações recentes para ilustrar a dimensão bilionária do problema. A Operação Carbono Oculto, por exemplo, identificou irregularidades da ordem de R$ 50 bilhões em uma rede de postos de combustíveis. Já a Operação Poço de Lobato revelou uma única empresa com R$ 27 bilhões em sonegação fiscal. No setor financeiro, o caso do Banco Regional de Brasília (BRB) envolveu vendas irregulares de R$ 12 bilhões em papéis falsos.
"Estamos indo além da segurança pública. Estamos precisando proteger a nossa própria economia", alertou o deputado, enfatizando que o crescimento das facções criminosas está intrinsecamente ligado a esse vasto fluxo de recursos ilícitos.
Caminhos para o enfrentamento
Para combater essa economia subterrânea,o parlamentar defendeu a integração de forças estatais e o avanço de marcos legais. Ele elogiou a atuação conjunta da Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público e polícias estaduais nas operações citadas, vista como fundamental para os resultados expressivos.
No campo legislativo, Merlong Solano avalia que o Congresso acertou ao aprovar a Lei do Devedor Contumaz, mas defende a retomada e o aperfeiçoamento do PL Antifacção e a aprovação da PEC da Segurança Pública. Esta última proposta visa incluir na Constituição o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), integrando as ações de forma efetiva.
O pronunciamento coloca em evidência um desafio que vai além do combate à violência urbana, tratando-se de uma questão de segurança nacional e soberania econômica, na visão do parlamentar.
Veja o vídeo com o pronunciamento do deputado Merlong Solano
Fonte: Assessoria do parlamentar
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