
O dia do cachorro-quente, comemorado nesta terça-feira (9), tem um sabor especial no Piauí. Diferente da versão tradicional do pão recheado com salsinha, por aqui o lanche ganhou identidade própria: o cachorro-quente no prato. O “lanchão” é servido no prato, com pão, carne moída, alface, batata palha, ovos e queijo. Um prato simples e que se tornou parte da rotina de muitos teresinenses.
Cachorro-quente no prato
O famoso cachorro-quente no prato já é tradição desde 1975, há 50 anos, na “Lanchonete Grande Lanche", localizada no bairro Mafuá, zona Norte da capital. A responsável por manter viva a tradição e dar novos contornos é Roberta Leal, enfermeira de formação e proprietária do estabelecimento.
Eu era cliente da antiga dona, e em 2017 comprei a loja e dei continuidade ao trabalho. Eu aperfeiçoei a forma de preparar a carne e apresentação do prato. Antes era servido com os ingredientes misturados, agora as porções são separadas em recipientes.
Segundo Roberta, todos os ingredientes usados no preparo do cachorro-quente são naturais, sem adição de condimentos e produtos ultraprocessados. “Na carne não é usada nenhuma gordura adicional, nem temperos, como caldo de carne. Não usamos também a salsicha, que é muito artificial. Então é um alimento saudável, que todos podem consumir”, afirma.
Além do tradicional cachorro-quente no prato, Roberta também desenvolveu o chamado cachorro-quente pingado. Ela contou que a receita nasceu de um pedido curioso de um cliente, que queria apenas 'um pingo' dos ingredientes dentro do pão francês. O resultado foi uma versão mais simples, com menos recheio, mas que não deixa de lado o sabor.
Fã do prato, a vendedora Maria Morais, disse que o cachorro-quente no prato é a melhor refeição para curar uma ressaca. "Depois de curtir muito no fim de semana, eu acordo pela manhã, já precisando de um cachorro-quente desse. É um santo remédio, depois de comer acompanhado de um refrigerante gelado, eu tô novinha", brincou.
Cachorro-quente pingado
No Piauí, o cachorro-quente é mais que um lanche: é tradição, ponto de encontro e memória afetiva. Neste Dia do Cachorro-Quente, a versão no prato mostra como a criatividade local transformou um clássico mundial em algo com o jeitinho piauiense.