
O Sistema Único de Saúde (SUS) completa 35 anos nesta sexta-feira (19), consolidado como o maior sistema público de saúde do Brasil, responsável por garantir acesso universal e gratuito à assistência médica. Criado pela Lei nº 8.080/1990, o SUS marcou o fim do modelo restrito aos trabalhadores com vínculo formal e cobertura previdenciária. Em Teresina, a implementação da lei transformou a rede municipal de saúde, ampliando o atendimento e modernizando serviços.
Desde então, as unidades mistas de saúde da capital foram transformadas em hospitais de bairro sob a gestão da Prefeitura, e foram criadas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que se tornaram a principal porta de entrada do sistema. O município também implantou e expandiu o Programa de Saúde da Família, passou a fornecer órteses, próteses e materiais especiais para pessoas com deficiência, além de desenvolver serviços em saúde mental, cardiologia, oncologia e nefrologia.
Procedimentos de alta complexidade, como transplantes de órgãos e hemodiálise, também foram incorporados à rede municipal. O atendimento a pessoas com HIV/AIDS foi implantado e ampliado ao longo dos anos.
O processo de marcação de consultas especializadas passou por transformações significativas. Inicialmente, os usuários precisavam se dirigir ao antigo prédio do INAMPS para agendar presencialmente. Com a criação da Central do SUS, o agendamento passou a ser feito por telefone, diretamente dos postos de saúde. Posteriormente, foram distribuídas cotas de consultas por unidade, e, em 2010, o sistema foi totalmente informatizado.
Atualmente, todas as unidades de saúde de Teresina utilizam o sistema online Gestor Saúde, desenvolvido por técnicos locais. A plataforma disponibiliza diariamente vagas para consultas e exames especializados em Teresina, no Piauí e em alguns municípios do Maranhão. Em regra, as consultas são marcadas de forma imediata e, nos casos em que a procura supera a oferta, o usuário é inserido em fila eletrônica.
Segundo a presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina, Leopoldina Cipriano, o SUS atua em diversas frentes além da assistência médica. “O sistema também é responsável por ações de vigilância sanitária, como inspeções em restaurantes, supermercados, academias e hotéis. A análise da qualidade da água para consumo humano é outro exemplo de atividade vinculada a esse sistema tão complexo”, afirma.
Leopoldina também informou que atua no SUS há 28 anos e que, atualmente, a rede municipal enfrenta desafios estruturais. “No início do ano, os relatórios apontaram deficiências em diferentes níveis da assistência, como problemas estruturais, equipamentos danificados ou ausentes, instalações sanitárias inoperantes e falta de insumos. A gestão atual está adotando medidas com foco na legalidade, humanização, transparência e reorganização dos serviços. Enfrentamos os desafios de cabeça erguida e estamos trabalhando arduamente para melhorar a saúde pública.”, declarou.
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