Em junho de 2024, havia 77.243 brasileiras aguardando mamografias pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Santa Catarina lidera a fila com 17 mil mulheres, seguido por São Paulo (15 mil) e Rio de Janeiro (12,5 mil), estados que juntos representam 56% do total de pacientes aguardando pelo exame essencial para a detecção precoce do câncer de mama. Estes dados foram divulgados pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).
Em algumas regiões, o tempo de espera por uma mamografia na rede pública pode chegar a 80 dias, o que compromete a detecção precoce de alterações mamárias e reduz as chances de tratamento eficaz. O CBR ressaltou que esses números refletem a sobrecarga no SUS e deveriam orientar políticas de saúde pública dos novos gestores municipais.
Subnotificação no SUS
O CBR alerta que a fila de espera pode ser ainda maior que o oficialmente registrado, pois o SISREG (Sistema de Regulação do Ministério da Saúde) depende de dados voluntariamente enviados por secretarias estaduais e municipais de saúde. Um exemplo é o Distrito Federal, onde o sistema registra 306 pacientes, mas dados do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPTDF) indicam um número dez vezes maior, com 3,6 mil mulheres na fila.
A disparidade regional e o longo tempo de espera para a realização de mamografias preocupam o CBR, que ressalta a necessidade urgente de políticas públicas para reduzir filas e garantir o acesso equitativo ao diagnóstico.
Um relatório do Instituto Nacional de Câncer (INCA) também evidencia o impacto do tempo de espera no rastreamento da doença: em 2023, 48,8% dos laudos foram liberados em até 30 dias após a solicitação, enquanto 36% demoraram mais de 60 dias.
Fonte: Agência Brasil