Saúde

CONCIENTIZAÇÃO

​Câncer de ovário: sintomas silenciosos dificultam diagnóstico e tratamento adequado

No Dia Mundial do Câncer de Ovário, especialistas alertam para sinais sutis e a importância do acompanhamento médico regular

Da Redação com informações da Secom

Quinta - 08/05/2025 às 11:50



Foto: Reprodução/Redes sociais Dia Mundial do Câncer de Ovário: sintomas silenciosos escondem um inimigo agressivo
Dia Mundial do Câncer de Ovário: sintomas silenciosos escondem um inimigo agressivo

Neste 8 de maio, Dia Mundial do Câncer de Ovário, especialistas e instituições de saúde reforçam a importância da conscientização sobre essa neoplasia ginecológica que, apesar de representar apenas 3% dos casos de câncer entre as mulheres, é uma das mais letais. A alta taxa de mortalidade está relacionada, sobretudo, ao diagnóstico tardio.

Apesar de ser considerada uma doença mais rara, ela possui grande agressividade e letalidade”, afirmou a médica Inacelli Queiroz, especialista em tumor ginecológico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE). Segundo ela, “um dos principais fatores de risco para desenvolver a doença é a idade”, o que torna mulheres mais idosas mais vulneráveis ao câncer de ovário.

O câncer de ovário pode se desenvolver a partir de diferentes tipos de células ovarianas — epiteliais, germinativas ou do estroma sexual. Localizados na pelve, os ovários são responsáveis pela produção de óvulos e hormônios femininos. Justamente por sua localização e natureza, os sintomas da doença costumam ser confundidos com quadros gastrointestinais ou ginecológicos menos graves.

De acordo com Julio Ferro, ginecologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), “o câncer de ovário pode ser assintomático na fase inicial, assim o diagnóstico costuma ser feito já em estágios avançados”. Ele alerta que entre os sinais de atenção estão “dor ou inchaço no abdômen e pelve, dores nas costas ou pernas, problemas digestivos e perda de apetite”.

A genética também é um fator importante. “Existem algumas síndromes genéticas, principalmente do BRCA1, do BRCA2 e a síndrome de Lynch, que aumentam muito o risco de um câncer hereditário do ovário”, explicou Ferro. Nessas situações, recomenda-se a cirurgia preventiva: “Até o momento, a gente não tem uma estratégia de redução de risco em relação à população geral. Quando a gente tem uma síndrome de câncer hereditário e a paciente tem uma prole definida, a gente indica a retirada dos ovários de forma preventiva”, reforçou Inacelli Queiroz.

Casos reais e tratamento

A diarista Dalzinez Soares, de 57 anos, é uma das pacientes atendidas pela Rede Ebserh. Ela conta que começou a sentir fortes dores no estômago em 2021. “Depois que minha barriga começou a crescer, fui investigar e descobri que era câncer no ovário.” Em março de 2024, Dalzinez passou por cirurgia e, de maio a setembro, realizou sessões de quimioterapia. Atualmente, segue em acompanhamento no Hospital das Clínicas da UFG.

A trajetória de Lourdes Maria Monteiro dos Santos, também de 57 anos, moradora de Maceió, é semelhante. “Eu comecei a sentir muitas dores na perna, ela ficou inchada, minha barriga ficou elevada e nos exames mostrava que algo estava diferente”, relatou. Diagnosticada com tumor no ovário após um cisto evoluir, Lourdes passou por cirurgia de urgência em outubro e hoje realiza quimioterapia no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA-Ufal).

O tratamento do câncer de ovário costuma ser multidisciplinar e depende de fatores como estágio da doença, tipo do tumor e condição clínica da paciente. A abordagem mais comum envolve cirurgia para retirada do tumor e sessões de quimioterapia para eliminar possíveis células remanescentes. Nos hospitais universitários vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o cuidado é realizado de forma integral e humanizada.

A importância da informação

Vinculada ao Ministério da Educação, a Ebserh administra 45 hospitais universitários federais em todo o Brasil. Além de atender exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), essas unidades também formam profissionais de saúde e produzem conhecimento científico. Segundo a rede, ações de educação em saúde e campanhas de conscientização são estratégias fundamentais para ampliar o conhecimento da população sobre doenças silenciosas como o câncer de ovário.

No Dia Mundial da doença, a mensagem principal dos especialistas é clara: ouvir os sinais do corpo, manter os exames ginecológicos em dia e procurar orientação médica diante de qualquer sintoma persistente pode fazer a diferença entre um diagnóstico precoce e um tratamento mais eficaz.

Fonte: Secom

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