Saúde

SAÚDE PÚBLICA

Audiência pública discute ampliação do teste do pezinho na Alepi

A versão ampliada do teste identifica até 50 doenças, muitas delas raras

Da Redação

Segunda - 15/09/2025 às 14:38



Foto: Alepi Deputados estaduais e sociedade civil durante audiência pública na Alepi
Deputados estaduais e sociedade civil durante audiência pública na Alepi

Na audiência pública foi abordado a ampliação do teste do pezinho e a reestruturação da triagem neonatal na rede pública para incluir o diagnóstico precoce de doenças raras. O debate aconteceu na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) na manhã desta segunda-feira (15).

Atualmente, no Piauí, o teste identifica apenas seis condições: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme e outras hemoglobinopatias, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. Com a ampliação, já aprovada em âmbito federal, os exames poderão detectar doenças lisossômicas, imunodeficiências primárias e atrofia muscular espinhal. 

“O objetivo é detectar o maior número de doenças. A ampliação vai diminuir a mortalidade, vai dar vida digna. Não é um gasto, é um investimento em vidas”, afirmou o deputado estadual, Tiago Vasconcelos (MDB). 

O líder da bancada do governo, Dr. Vinícius (PT), disse que a falta de diagnóstico precoce causa prejuízo aos pacientes, às famílias e aumenta o custo para o estado. “Não adianta alguém colocar recurso para comprar um equipamento e não existir manutenção e compra continuada de reagentes. É duro termos equipamento e não conseguirmos manter”, relatou.

A presidente da Fundação Municipal de Saúde de Teresina (FMS), Leopoldina Cipriano, cobrou a garantia de orçamento para ampliação e manutenção do teste, assim como para o funcionamento de equipes multiprofissionais. “Temos que pensar no orçamento. Não podemos criar nada sem sustentabilidade. Precisamos saber quem vai financiar. Todos os governos federais recuaram no financiamento da atenção primária. Estão assumindo cada vez menos responsabilidade com a saúde pública”, defendeu Leopoldina.

Sociedade Civil cobra agilidade e ampliação dos resultados

 A médica Natália Rebeca Karpejany, atua com doenças neurológicas raras e defende a ampliação do teste do pezinho, além da entrega mais rápida dos resultados. “Muitos pacientes descobrem apenas na fase adulta as doenças, o que resulta em tratamentos mais caros para o estado”, afirmou.

Segundo Maria Aline Cerqueira, representante do Hospital Infantil Lucídio Portella, um levantamento feito ao longo de 10 anos, mostrou que o tempo médio de coleta do exame é de 9 a 10 dias, contudo o ideal é que fosse de 3 a 5 dias. O tempo de liberação é de 60 dias. “Quanto mais tempo para liberar os resultados, mais sequelas para os pacientes”, explicou.

Secretaria de Saúde aponta perspectiva de melhorias

Representando a Secretaria de Estado da Saúde, o diretor-geral do Laboratório Central (Lacen), Fabrício Amaral, informou que já há o planejamento para o Piauí chegar a verificar 50 parâmetros no Teste do Pezinho, mas que isso demanda uma duplicação no custeio com o exame, que hoje já recebe 50% dos recursos do instituto. 

O gestor do Lacen ainda relatou que houve uma redução significativa do prazo para a emissão de resultados do teste desde 2023. Esse tempo havia aumentado muito devido à pandemia de COVID-19, que ocupou a força de trabalho do instituto. Ele cobrou o apoio de municípios para serem mais ágeis no envio das coletas porque, atualmente, o Lacen consegue emitir os resultados, em média, em 18 ou 20 dias. 

 

Fonte: Com informações da Alepi

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