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LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Piauense humilha bolsonarista por ataques a cidadãos e à liberdade de expressão

Humorista piauiense ironiza missão de parlamentar que, após abandonar defesa de Bolsonaro condenado, coordena ataques à liberdade de expressão

Por Luiz Brandão

Domingo - 14/09/2025 às 14:38



Foto: Redes sociais Whindersson Nunes foi cirúrgico na ironia a Nikolas Ferreira
Whindersson Nunes foi cirúrgico na ironia a Nikolas Ferreira

Em uma crítica ácida nas redes sociais, o humorista piauiense Whindersson Nunes ridicularizou a atuação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). O parlamentar bolsonarista tem mobilizado seus seguidores para perseguir e tentar punir pessoas que celebraram a morte do ativista de extrema-direita americano Charlie Kirk, incluindo o influenciador Felipe Neto.

A humilhação veio após Nikolas Ferreira usar sua conta no X (antigo Twitter) para pedir que seus seguidores vasculhassem publicações de Felipe Neto "atacando os EUA". O objetivo declarado do deputado era pressionar o governo de Donald Trump a cancelar o visto do influenciador, que está de férias nos Estados Unidos.

Whindersson Nunes respondeu à investida com ironia. "Imagina a missão do deputado que tu votou ser fazer o Felipe Neto não entrar nos EUA kkkkkkkkkkkkkkkkk. Patético", escreveu o humorista, destacando a suposta irrelevância da ação de um parlamentar federal perante as demandas prioritárias do país.

Oportunismo e abandono a Bolsonaro

A postura de Nikolas Ferreira é vista por analistas como um claro oportunismo. Desde a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 11 de setembro, o deputado mineiro evitou completamente tocar no assunto nas redes sociais. Bolsonaro foi sentenciado a 27 anos e três meses de prisão por crimes como tentativa de golpe de Estado e formação de quadrilha armada.

Enquanto aliados do ex-presidente ainda discutem o caso, Nikolas desviou seu foco comunicacional totalmente para a morte de Charlie Kirk, assassinado a tiros na Universidade de Utah Valley na quarta-feira (10), em uma estratégia percebida como uma tentativa de evitar desgaste e não perder seguidores.

Ataque à liberdade de expressão

Autointitulado defensor da "liberdade de expressão", Nikolas Ferreira tem agido de forma contraditória, mobilizando uma campanha para identificar e punir aqueles que emitiram opiniões contrárias ao extremista americano. Ele expôs publicamente cidadãos e pressionou empresas a demitirem funcionários, compartilhando inclusive frases de grupos ultraconservadores dos EUA que pregam a "destruição do mal" como vingança.

Uma das vítimas dessa ofensiva coordenada da extrema-direita foi o jornalista e historiador Eduardo Bueno, o Peninha. A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) cancelou seu espetáculo "Brasil: Pecado Capital", que aconteceria no domingo (14), após a repercussão de um vídeo em que Bueno comentou a morte de Kirk. No material, o jornalista afirmou ser “terrível um ativista ser morto por ideias, exceto quando é Charlie Kirk”.

A campanha, que contou também com a participação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), evidencia a estratégia de setores da ultradireita brasileira de usar a morte de Kirk como pretexto para perseguir críticos e intimidar adversários, atacando a liberdade de expressão que dizem defender.

Quem foi Charlie Kirk

A escalada de ataques tenta transformar Charlie Kirk em um mártir político. No entanto, o ativista era uma figura conhecida por suas declarações extremistas, racistas e misóginas. Aliado de Donald Trump, Kirk defendia que "os negros dos EUA estavam melhor quando eram escravizados", que "mulheres não deveriam buscar educação ou carreiras profissionais" e que "era aceitável ter mortes em tiroteios em massa para garantir o direito de portar armas".

Oportunismo e contradição do bolsonarista Nikolas Ferreira são detonados nas redes sociais 

Luiz Brandão

Luiz Brandão

Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.
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