No Piauí, cerca de 400 mulheres devem participar da Marcha das Mulheres Negras 2025, em Brasília, nesta terça, 25. "Teremos mulheres trans, mulheres de terreiro, mulheres quilombolas, indígenas", enumerou Alda Regina, presidente do Instituto da Mulher Negra do Piauí - Ayabás, durante participação no podcast Mulher Mais, ressaltando a diversidade do movimento. Ela concedeu entrevista para a jornalista Michele Sâmia e pela ex-vereadora Rosário Bezerra nos estúdio do Portal Piauí Hoje.
A militante explicou que a marcha deste ano tem como meta mobilizar 1 milhão de participantes em todo o país, superando a marca de 2015, quando entre 25 mil e 100 mil mulheres ocuparam a capital federal. Desta vez, o movimento ganha dimensão global, com participação confirmada de 32 países. A organização envolve comitês nacionais e estaduais, com apoio dos Ministérios da Igualdade Racial e das Mulheres. Os eixos centrais da marcha continuam sendo a luta contra o racismo, a violência e pela reparação histórica, com o acréscimo do conceito do "bem viver".
Alda Regina, que também é mestra em educação e professora da rede estadual, destacou os avanços conquistados na última década. "De 2015 a 2025, a gente sentiu a participação de mais mulheres na política. Mais mulheres negras colocaram seu nome e acreditaram nessa praça. A marcha dá esse impacto de você perceber que não está só, que é capaz".
Como educadora, Alda defende que o ativismo e a educação se complementam. "O ativismo contribuiu para que eu fosse uma professora mais qualificada, mais conscientizada". Ela citou exemplos de como a militância influencia positivamente até mesmo na saúde, quando profissionais reconhecem as especificidades da população negra.
Presidindo o Instituto Ayabás, que completa 25 anos em 2025, ela diz que a entidade tem atuado em várias frentes no Piauí, incluindo o projeto Enegrecendo Saberes nas escolas e a Feira Preta que reúne afroempreendedoras. "A gente quer que cada município tenha um coletivo, um agrupamento de mulheres negras", afirmou Alda, reforçando o compromisso com a organização em base territorial.
As organizadoras do evento ressaltam a necessidade da marcha afirmando que ainda é preciso se mobilizar contra o racismo e o sexismo que marginalizam as mulheres negras. Dados do Ministério da Igualdade Racial revelam que elas são o maior grupo populacional do Brasil. São cerca de 11,3 milhões de mulheres pretas e 49,3 milhões de pardas, totalizando 28% da população total.
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