Brasil

JUSTIÇA NEGOU SOLTURA

Dono do banco Master é transferido para presídio em São Paulo

Banqueiro Daniel Vorcaro foi preso pela PF em operação contra fraudes financeiras. Justiça negou um pedido liminar pedindo a soltura dele

Da Redação

Segunda - 24/11/2025 às 18:13



Foto: Reprodução Daniel Vorcaro, dono do Banco Master foi preso no dia 18 de novembro, pela Polícia Federak
Daniel Vorcaro, dono do Banco Master foi preso no dia 18 de novembro, pela Polícia Federak

O banqueiro e presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, foi transferido nesta segunda-feira (24) da carceragem da Polícia Federal em São Paulo para o Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos. Vorcaro foi preso em 18 de novembro, por suspeita de irregularidades financeiras, e teve sua prisão preventiva mantida pela Justiça Federal, que rejeitou um pedido de habeas corpus. Luiz Antônio Bull e Alberto Felix de Oliveira Neto, também presos na operação, foram transferidos para o mesmo CDP.

A investigação aponta indícios veementes de gestão fraudulenta e organização criminosa. Um dos principais pontos da acusação é a venda de carteiras de créditos, supostamente fraudulentas, ao Banco de Brasília (BRB). Além disso, o Banco Master é investigado por oferecer CDBs (Certificado de Depósito Bancário) com taxas muito acima das praticadas no mercado, prometendo um retorno considerado irreal.

A desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), destacou que a manutenção da prisão se deve ao comportamento reiterado dos acusados para atrapalhar as investigações.

Versão da Defesa de Daniel Vorcaro

Em nota, a defesa de Daniel Vorcaro nega as acusações e argumenta que não há "nenhuma fraude de 12 bilhões de reais," conforme a estimativa inicial da Polícia Federal.

Sobre a venda de carteiras ao BRB, a defesa afirma que as carteiras de crédito consignado foram adquiridas pelo Banco Master junto a terceiros (originadores de crédito), que seriam os responsáveis pela documentação e averbação das operações.

 Os advogados sustentam que o Banco Master podia ceder as carteiras ao BRB, pois o contrato previa garantias contratuais que protegiam ambas as partes, permitindo a substituição ou recompra de carteiras não performadas e alegam que o próprio Banco Master, de boa-fé, substituiu as carteiras de terceiros com documentação fora do padrão por outras carteiras e ativos do conglomerado Master. O BRB confirmou ter liquidado ou substituído mais de R$ 10 bilhões do montante com documentação irregular, e esses valores não constituem exposição direta ao Banco Master.

A defesa argumenta que a Operação Compliance Zero e as medidas cautelares foram injustas e desnecessárias, pois inviabilizaram uma solução de mercado legítima,  o anúncio da venda do Banco Master a um consórcio liderado pelo Fictor Holding Financeira, dias antes da prisão.

A prisão de Vorcaro no aeroporto de Guarulhos ocorreu após o Banco Central (BC) rejeitar a aquisição pelo BRB e, posteriormente, decretar a liquidação extrajudicial do Master, interrompendo automaticamente a negociação de compra. A defesa nega que Vorcaro estaria fugindo para a Europa, alegando que ele iria para uma reunião de negócios em Dubai.

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