
Eduardo Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (22) em suas redes sociais que “não pretende recuar” após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinar o bloqueio de suas contas bancárias, chave Pix e bens, ação que o parlamentar considerou “arbitrária e criminosa”, como parte de uma investigação sobre sua atuação nos Estados Unidos.
O deputado (PL-SP), que está em Washington numa "ofensiva diplomática" a favor do pai, o ex‑presidente Jair Bolsonaro, descobriu que suas duas tentativas de transferência via Pix na segunda-feira (21) foram recusadas. Em texto publicado no X, ele criticou Moraes, comparando-o a um “ditador” e acusando-o de usar o Judiciário para “se blindar” de supostas consequências de seus atos.
Despacho para o bloqueio
Segundo o despacho sigiloso, proferido no sábado (19), a medida inclui o bloqueio de veículos, imóveis, contas correntes, salário parlamentar e impedimento de movimentações financeiras, além da chave Pix. A ação faz parte de investigação no STF que apura crimes como coação no curso do processo, obstrução de inquérito ligado a organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, vinculados à atuação do deputado junto ao governo Trump.
Na rede social, Eduardo reiterou estar preparado para continuar sua estratégia, que ele classifica como “denúncias internacionais” sobre abuso de poder, e sustentou que só descansará quando houver processo de impeachment contra Moraes no Senado. Ele também destacou que seguirá “defendendo a liberdade dos brasileiros, com a minha própria vida, se for preciso”.
Investigações em andamento
A operação representa o mais recente ato do STF no mesmo inquérito que já aplicou cautelares ao ex‑presidente Jair Bolsonaro, incluindo tornozeleira eletrônica, restriçãoao uso deredes sociais e comunicação, e foi acompanhada pela revogação de vistos de Moraes e aliados por autoridades norte‑americanas. O governo americano também considera tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, em retaliação ao que chamou de perseguição judicial.
Os bloqueios de bens e contas são medidas cautelares previstas no Código de Processo Penal, usadas para impedir continuidade de supostos crimes ou garantir ressarcimento, ainda que envolvam parlamentares. No entanto, os bolsonaritas apontam a decisão como “asfixia financeira” e defendem que o caso é um abuso de poder sobre o alcance do STF.
Até o momento, Moraes e o STF não se manifestaram publicamente sobre o teor do bloqueio, e a defesa de Eduardo ainda não protocolou recurso, mas o advogado do deputado sinalizou que medidas judiciais e recursos internacionais podem ser acionados. O desfecho dependerá das próximas etapas no tribunal e no Senado, onde o deputado pretende mobilizar votos para o impeachment de Moraes.
Confira a postagem completa abaixo:
Esse bloqueio não me surpreende. É só mais uma decisão arbitrária e criminosa do ditador Alexandre de Moraes, que tenta me proibir de todos os modos de denunciar os seus crimes e suas violações de direitos fundamentais à comunidade internacional.Moraes age em interesse próprio. Moraes usa as instituições para tentar se blindar. Moraes se vale de decisões ilegais para se proteger das consequências dos seus crimes. Como todo ditador.
E se ele pensa que isso irá me fazer parar, deixo claro: não me intimidarei e não me calarei. Eu me preparei para este momento. Esta é só mais uma demonstração de abuso de poder e confirma tudo o que tenho denunciado em Washington e para autoridades de todo o mundo.
Isso não afetará em nada a minha batalha e nem me fará abandonar o compromisso que assumi com todos os brasileiros quando fui eleito: o de defender com a minha própria vida, se for preciso, a liberdade dos brasileiros.
Só irei descansar quando Alexandre Moraes for punido. Só irei sossegar quando o seu impeachment for aprovado pelo Senado, porque essa é a única solução para o Brasil.
Alexandre, você pode se orgulhar: hoje você é o maior problema do país. E, se Deus quiser, logo o brasileiro vai se ver livre de você
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Fonte: Brasil 247 e X