Um torcedor argentino foi flagrado imitando gestos de macaco em direção à torcida brasileira durante a partida entre Argentina e Brasil, realizada na terça-feira, 25 de março de 2025, no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. A ação ocorreu durante a vitória da seleção argentina por 4 a 1 sobre a equipe brasileira. O momento foi registrado em vídeo pelo jornalista brasileiro Tomer Savoia, que compartilhou as imagens em suas redes sociais.
O gesto racista aconteceu no setor destinado aos torcedores argentinos e gerou ampla indignação nas redes sociais. Até o momento, não há informações sobre a identificação ou detenção do torcedor responsável pelo ato.
Este incidente ocorre em um contexto de crescente preocupação com o racismo no futebol sul-americano. Recentemente, o presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Alejandro Domínguez, foi alvo de críticas após comparar a ausência de clubes brasileiros na Copa Libertadores com "Tarzan sem Chita". A declaração gerou reações negativas, levando Domínguez a se desculpar publicamente.
A analogia feita pelo presidente da Conmebol foi considerada inadequada e gerou repercussão imediata. Ao dizer que uma Libertadores sem clubes brasileiros seria como "Tarzan sem Chita", Domínguez associou a ausência de equipes do Brasil à falta do personagem que era o companheiro de Tarzan nos filmes clássicos.
O problema está no contexto da fala: o uso de um macaco como elemento da comparação remete a um dos insultos racistas mais frequentes no futebol, especialmente na América do Sul, onde torcedores imitam macacos para ofender jogadores negros. Além disso, a fala aconteceu poucos dias após um caso de racismo envolvendo o jogador Luighi, do Palmeiras, na Libertadores Sub-20. Diante da polêmica, Domínguez pediu desculpas e disse que a expressão era uma frase popular, sem intenção de ofender.
O governo brasileiro também se manifestou, repudiando a fala de Domínguez e cobrando da Conmebol ações mais efetivas no combate ao racismo, discriminação e intolerância no futebol.
A Conmebol tem enfrentado críticas pela forma como lida com casos de racismo em suas competições. Recentemente, o clube paraguaio Cerro Porteño foi multado em US$ 50 mil após um torcedor imitar gestos de macaco em direção a jogadores do Palmeiras durante uma partida da Libertadores Sub-20.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, considerou a punição insuficiente e sugeriu que os clubes brasileiros avaliem a possibilidade de deixar as competições organizadas pela Conmebol.
Em meio a esses acontecimentos, a Conmebol anunciou uma reunião com representantes de governos e federações de futebol da América do Sul para discutir medidas mais eficazes no combate ao racismo no esporte. A entidade reafirmou seu compromisso em promover o respeito e a inclusão no futebol sul-americano.
Fonte: UOL
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