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DESIGUALDADES NO PIAUÍ

Pobreza atinge menor nível histórico no Piauí, mas ainda afeta 1,26 milhão de pessoas

No início da série, em 2012, a pobreza atingia 55,6% da população e hoje o estado acumula uma queda de 18,3 pontos percentuais

Quarta - 03/12/2025 às 12:13



Foto: O índice atual de pobreza representa uma queda de 7,9 pontos percentuais em relação a 2023
O índice atual de pobreza representa uma queda de 7,9 pontos percentuais em relação a 2023

O Piauí registrou, em 2024, a menor taxa de pobreza de sua série histórica, segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do IBGE divulgados nesta quarta-feira (3). Apesar do avanço, o estado ainda contabiliza 37,3% da população em situação de pobreza, o equivalente a cerca de 1,26 milhão de piauienses.

O índice atual representa uma expressiva queda de 7,9 pontos percentuais em relação a 2023, quando 45,2% dos habitantes do estado estavam nessa condição. A redução se torna ainda mais significativa na comparação de longo prazo. Desde o início da série histórica, em 2012, quando a pobreza atingia 55,6% da população, o estado acumula uma queda de 18,3 pontos percentuais. Em números absolutos, isso significa que aproximadamente 524 mil pessoas saíram da pobreza no período de doze anos, reduzindo o contingente de 1,78 milhão para 1,26 milhão.

O estudo do IBGE atribui parte central dessa conquista aos programas sociais de transferência de renda. Segundo a análise, se a população não tivesse acesso a benefícios como o Bolsa Família, o BPC e o Auxílio Emergencial, a taxa de pobreza no Piauí teria sido de 47,1% em 2024, quase dez pontos percentuais acima do índice observado. No Brasil, o efeito é similar: a pobreza nacional, que ficou em 23,1% (o menor patamar da série), atingiria 28,7% da população na ausência desses programas.


A pesquisa também traz avanços no combate à extrema pobreza. No estado, cerca de 4% da população vivia nessa condição em 2024, uma redução de quatro pontos percentuais frente aos 8% registrados em 2023. Em uma década, o recuo é ainda maior: em 2012, a extrema pobreza atingia 14,3% dos piauienses. Sem os benefícios sociais, esse indicador teria saltado para 17,6% no ano passado, o que mostra que cerca de 459 mil pessoas deixaram essa situação graças ao auxílio governamental.

Apesar dos progressos, o Piauí ainda ocupa a décima posição entre os estados com maior pobreza no país. O ranking é liderado pelo Acre (45,9%), Maranhão (45,8%) e Ceará (43,3%). Na outra ponta, as menores taxas são de Santa Catarina (8,0%), Rio Grande do Sul (11,1%) e Mato Grosso (13,1%). O cenário revela uma desigualdade regional persistente: enquanto a taxa nacional de pobreza é de 23,1%, no Nordeste o percentual sobe para 39,4% da população.

Fonte: IBGE-PI

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