
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no segundo trimestre de 2025, de acordo com dados da Pnad Contínua, divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o menor percentual para esse período desde 2014, quando o índice foi de 5,7%. Esse resultado representa uma queda de 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (encerrado em março) e uma queda de 0,6 ponto em comparação com o mesmo período de 2024.
Com isso, o número de pessoas desocupadas caiu para 6,3 milhões, uma redução de 3,8% frente ao trimestre anterior e de 9,8% na comparação anual. Em paralelo, a população ocupada, ou seja, quem está trabalhando, chegou a 102,3 milhões de pessoas, o maior número da série histórica da pesquisa iniciada em 2012. Isso representa um crescimento de 1,9 milhão de trabalhadores em relação aos três meses anteriores e de 2,4% no comparativo com o ano passado.
A taxa de informalidade também caiu, passando de 38,9% para 38,7%. Isso significa que, do total de pessoas ocupadas, 39,6 milhões trabalham sem carteira assinada, por conta própria sem CNPJ ou em condições semelhantes. Apesar da leve queda, ainda é um número significativo e representa cerca de 4 em cada 10 trabalhadores no país.
Mais emprego formal e renda maior
Outro dado positivo veio da taxa composta de subutilização, que mede a porcentagem de pessoas que gostariam de trabalhar mais horas ou que estão disponíveis para trabalhar, mas não procuraram emprego. Esse índice caiu para 14,4%, o menor desde o início da série histórica, em 2012.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado aumentou 1,1% em relação ao trimestre anterior, somando 38,3 milhões de pessoas. Já o número de pessoas empregadas sem carteira caiu 2,5% no mesmo período, totalizando 13,3 milhões. O número de trabalhadores por conta própria também teve leve retração de 0,7%, atingindo 25,4 milhões. Empregadores e trabalhadores domésticos ficaram estáveis.
Entre os setores que mais puxaram o aumento no número de ocupados estão o comércio, que empregou mais 2,6% em relação ao trimestre anterior (um acréscimo de 489 mil pessoas), a construção civil (mais 2,4% ou 187 mil pessoas) e os serviços domésticos (alta de 3,9%, ou 225 mil novos trabalhadores). Por outro lado, a ocupação na administração pública, saúde e educação teve queda de 2,3%, ou 420 mil pessoas a menos.
Além disso, o rendimento médio real do trabalhador teve alta de 4,7% na comparação anual, alcançando R$ 3.259. Esse é o valor mais alto da série histórica. A massa de rendimento real, que representa a soma de todos os rendimentos do trabalho no país, também bateu recorde: R$ 327,3 bilhões.
Esses dados já refletem as atualizações do Censo Demográfico de 2022. Com as novas estimativas populacionais, o IBGE aplicou correções técnicas que recalibram os dados e tornam os números mais próximos da realidade atual do Brasil. Mesmo após esse ajuste, os resultados confirmam a tendência de crescimento do número de trabalhadores, aumento da renda média e recuo no desemprego.
Fonte: IBGE