
Nesta quinta-feira (3), os preços do petróleo registraram uma queda significativa após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciar um aumento inesperado na produção da commodity. Oito países membros da aliança, incluindo Arábia Saudita, Rússia, Argélia, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Cazaquistão, Kuwait e Omã, concordaram em elevar a produção combinada em 411 mil barris por dia a partir de maio, triplicando o incremento mensal previamente planejado.
A decisão surpreendeu analistas e investidores, resultando em uma queda de mais de 6% nos preços do petróleo tipo Brent, que passaram a ser cotados abaixo de US$ 70 por barril. Essa movimentação ocorre em meio a preocupações crescentes sobre uma possível recessão global, intensificadas pela imposição de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos, o que pode reduzir a demanda por petróleo.
No Brasil, a redução nos preços internacionais do petróleo, aliada à recente queda na cotação do dólar, que está sendo negociado em baixa de 1,5%, a R$ 5,61, cria um cenário favorável para possíveis reduções nos preços dos combustíveis. De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), antes do anúncio da Opep+, os preços da gasolina e do diesel já apresentavam uma defasagem de apenas 1% em relação à paridade internacional.
A Petrobras, responsável pela política de preços dos combustíveis no país, pode considerar esses fatores para ajustar os valores nas refinarias nos próximos dias. Entretanto, a estatal também avalia outros aspectos, como custos operacionais e estratégias de mercado, antes de implementar mudanças nos preços. Enquanto isso, as ações da Petrobras registraram uma queda de quase 4% nos mercados financeiros, refletindo a perspectiva de menores receitas e lucros diante da redução nos preços do petróleo.
A próxima reunião da Opep+ está agendada para 5 de maio, quando serão discutidos os níveis de produção para os meses subsequentes. A organização já sinalizou que os aumentos graduais na produção podem ser pausados ou revertidos, dependendo das condições do mercado.