Uma adolescente de 15 anos foi apontada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro como mentora do assassinato que vitimou uma família inteira em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, no último dia 21 de junho. Segundo a investigação, a jovem, apreendida em Água Boa (MT), manipulou emocionalmente o namorado, de 14 anos, para que ele matasse o pai, a mãe e o irmão mais novo. O crime, que ganhou repercussão nacional pela frieza e premeditação, foi descoberto a partir de trocas de mensagens entre os adolescentes, onde detalhavam cada passo do plano.
De acordo com informações apuradas pela 143ª Delegacia de Polícia de Itaperuna, com apoio da Polícia Civil do Mato Grosso, os adolescentes discutiram nas redes sociais qual arma utilizar, chegaram a cogitar faca ou a arma do pai do garoto e até formas de ocultar os corpos. Em mensagens registradas pela polícia, eles conversaram sobre a possibilidade de alimentar os corpos a porcos ou forjar um suicídio, colocando a arma na mão do irmão mais novo.
As conversas indicam que a garota pressionava o namorado com ameaças de terminar o relacionamento caso ele não executasse os assassinatos. Em determinado momento, o garoto afirmou estar “disposto a fazer tudo o que ela mandasse”, enquanto a adolescente exigia que ele fosse até o Mato Grosso levando a arma do crime para assassinar também a mãe dela.
O delegado titular de Itaperuna, Carlos Augusto Guimarães, destacou que “os pais do adolescente eram tratados como personagens de um jogo violento, que inclusive chegou a ser proibido na Austrália”. Embora não jogassem o game, os dois assistiam a vídeos com conteúdo relacionado no YouTube, o que, para o delegado, evidencia a banalização da violência pelo casal.
Após o crime, o adolescente enviou fotos dos corpos à namorada, que respondeu sentir “nojo” das imagens e ainda cobrou o tempo que o menino demorou para responder enquanto cometia os assassinatos. Em outro trecho dos diálogos, ele diz em áudio: “matei meu pai”, recebendo como resposta: “atira nela agora”, em referência à mãe. Mesmo depois do triplo homicídio, as trocas de mensagens continuaram, com a adolescente afirmando: “Nunca pensei que alguém faria isso por mim”.
O crime ocorreu em 21 de junho, mas a adolescente foi apreendida apenas nesta semana, em Água Boa (MT), para onde havia fugido. Segundo a Polícia Civil, ela segue apreendida na Delegacia de Água Boa, à disposição da Justiça. Já o garoto foi detido logo após o crime e encaminhado ao Centro de Socioeducação (Cense), em São Fidélis, no Norte Fluminense.
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Fonte: Brasil 247
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