Brasil

CINEMA NACIONAL

Fernanda Torres e 750 artistas exigem lei contra domínio estrangeiro no streaming

Manifesto cobra de Lula urgência na regulamentação que obriga Netflix e Amazon a financiar produções nacionais

Da Redação

Quinta - 07/08/2025 às 11:32



Foto: Reprodução/Getty Images Fernanda Torres vence Globo de Ouro de 'Melhor Atriz de Drama' pelo filme Ainda Estou Aqui
Fernanda Torres vence Globo de Ouro de 'Melhor Atriz de Drama' pelo filme Ainda Estou Aqui

Mais de 750 nomes do audiovisual brasileiro, incluindo Fernanda Torres, Wagner Moura e Walter Salles, se uniram para lançar um manifesto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sem uma regulamentação imediata, o Brasil pode virar apenas um mercado consumidor de conteúdo estrangeiro, com o cinema nacional ameaçado de extinção. 

Em carta aberta entregue nesta semana, o grupo cobra a aprovação do Projeto de Lei 2331/22, conhecido como “Lei do Audiovisual no Streaming"que determina uma contribuição mínima de 6% da receita das plataformas de streaming para financiar produções brasileiras.

O documento, dirigido também ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e à ministra da Cultura, Margareth Menezes, critica a atual falta de regras para gigantes como Netflix, Amazon Prime Video e Globoplay, que dominam o mercado local sem compromisso claro com a produção nacional. 

Além de Fernada Torres, Wagner Moura e Walter Salles assinaram o manifesto com outros 750 artistas visuais - Reprodução

Os artistas defendem a permanência da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) como relatora do tema no Congresso, e alertam para o risco de a indústria audiovisual brasileira perder espaço e relevância, reduzida à simples consumidora de produtos estrangeiros.

PL 2331/22

O Projeto de Lei 2331/22, conhecido como “Lei do Audiovisual no Streaming”, tramita no Congresso Nacional desde 2022 e tem como objetivo regulamentar a atuação das plataformas de streaming no Brasil, impondo a elas uma contribuição financeira mínima para o desenvolvimento da produção audiovisual nacional. 

A ideia central é garantir que serviços como Netflix, Amazon Prime Video, Globoplay e outros invistam uma porcentagem de 6% da sua receita no conteúdo brasileiro, fortalecendo o setor cultural e a indústria do audiovisual no país. Sem essa taxa, a indústria corre o risco de ver diminuir sua capacidade de gerar empregos, renda e projeção internacional.

Artistas pedem aprovação da “Lei do Audiovisual no Streaming” para fortalecer o cinema nacional - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Este movimento representa uma das maiores mobilizações da classe artística brasileira em defesa da cultura nacional frente ao avanço global dos serviços de streaming. A cobrança pela regulamentação destaca a urgência de um marco legal que proteja o audiovisual brasileiro e reafirme sua importância para a identidade cultural do país, especialmente diante do crescimento exponencial do consumo digital.

Enquanto as plataformas internacionais ampliam seu domínio no Brasil, os artistas alertam que o vazio regulatório coloca em xeque o futuro do cinema e da produção audiovisual local, que dependem de investimentos para sobreviver e competir em pé de igualdade.

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: