Com o objetivo de garantir o acesso gratuito ao diagnóstico e laudo médico para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi lançado nesta segunda-feira (2), na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), o projeto Mente em Foco. A ação, idealizada pelo empresário Vespasiano Carvalho, visa atender, prioritariamente, famílias de baixa renda em municípios do interior do estado, onde o acesso ao atendimento especializado ainda é escasso.
Idealizado pelo empresário Vespasiano Carvalho, o projeto foi viabilizado por uma emenda parlamentar de R$ 400 mil do deputado estadual Franzé Silva (PT) e conta com apoio da médica Isabel Fonteles, coordenadora do Pacto pelas Crianças do Piauí. Os atendimentos começam já nesta quarta-feira (4), em Parnaíba, e seguem até sexta-feira (7), no Centro de Qualificação Janete Moraes Souza, bairro Nossa Senhora do Carmo. Crianças de 3 a 10 anos serão atendidas por uma equipe multidisciplinar em um microônibus adaptado com sala sensorial.
“O diagnóstico precoce de crianças com autismo que vivem de forma distante da capital é muito importante”, destacou a médica Isabel Fonteles.
Esse projeto leva apoio às famílias e não deixa a criança sozinha com o diagnóstico. Terá tratamento adequado, com equipe multiprofissional. É uma política pública revolucionária para o nosso estado”, completou.
A estrutura do microônibus conta com painel sensorial, piscina de bolinhas, área estofada para interação com a família, iluminação neutra e mesa de análise de escrita, tudo pensado para respeitar a sensibilidade e estimular o acolhimento. A triagem, o diagnóstico e o encaminhamento serão feitos por meio de um sistema digital exclusivo, com uso de banco de dados georreferenciado e integração ao aplicativo Gov.br.
O deputado estadual Franzé Silva (PT) afirmou que a proposta atende a uma demanda urgente da população. “A grande carência é o acesso ao laudo médico. Tem gente esperando há mais de um ano no SUS. Já vi famílias que tiveram que pagar R$ 600, R$ 800, até R$ 900 para conseguir um laudo. Isso não é justo”, pontuou.
“Vamos garantir não apenas o diagnóstico, mas também o laudo, que é fundamental para acesso a benefícios e políticas públicas”, disse o deputado.
Atendimento
Para ser atendida, a criança deve ter entre 3 e 10 anos, estar inscrita no CadÚnico, apresentar comportamentos atípicos e ser encaminhada por profissionais da Saúde, Educação ou Assistência Social. É preciso apresentar certidão de nascimento ou documento com foto.
Mesmo com a iniciativa voltada para as crianças menores de 3 a 10 anos, o projeto pretende ampliar a meta de atendimento. Segundo Franzé, o projeto não irar se limitar à primeira infância. “Nesse primeiro momento, vamos atender crianças de 3 a 10 anos, mas nosso objetivo é expandir. Queremos cuidar também das mães atípicas e trabalhar a saúde mental da família”, declarou. “Esse consultório sobre rodas vai rodar o interior e as periferias de Teresina, onde está a maior demanda reprimida”, completou.
Isabel Fonteles também ressaltou que o projeto será executado em parceria com a Secretaria para Inclusão da Pessoa com Deficiência (Seid), coordenada pelo secretário Mauro Eduardo, além das secretarias estaduais de Saúde, Educação e Assistência Social. “O governo do estado está conosco. Esse é um esforço conjunto para cuidar de quem mais precisa”, afirmou.
Outros projetos
Além do Mente Em Foco, Isabel adiantou que o governo entregará ainda neste semestre o novo Centro de Autismo do Piauí, com terapias para todas as idades. A obra já foi concluída e está na fase de instalação de equipamentos, incluindo uma sala multisensorial financiada por emendas de Franzé Silva e do deputado Fábio Novo (PT).
“Lá vamos cuidar não só das crianças, mas também dos adultos com autismo. E, principalmente, de quem cuida: mães, pais, familiares. Teremos ambientes acolhedores, com estrutura para alimentação, descanso e apoio emocional. Muitas famílias vêm do interior e passam o dia inteiro em Teresina. Pensamos em cada detalhe”, explicou Isabel.
(*) Isaac da Silva, Lília Pâmela e Sol Castelo Branco são estagiários sob a supervisão do jornalista Luiz Brandão DRT/PI - 980.
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