
A Executiva Nacional do União Brasil aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira (18), a exigência para seus filiados entreguem os cargos e antecipem a saída do Governo Lula, que originalmente estava prevista para o final do mês. O partido estabeleceu um prazo de 24 horas.
A resolução veio à tona logo após a divulgação de reportagens do ICL e UOL que trouxeram o depoimento do piloto Mauro Mattosinho sobre supostas ligações do presidente do União Brasil, Antonio Rueda, com um esquema de lavagem de dinheiro para o PCC. Embora Rueda não seja formalmente investigado, a notícia foi a “gota d’água” para o rompimento.
Em comunicado, o partido manifestou “irrestrita solidariedade” a Rueda, que, na visão da legenda, é alvo de notícias “infundadas, prematuras e superficiais”. A nota acusa o governo de usar a estrutura estatal para desgastar o principal líder da sigla e, por consequência, enfraquecer a independência do partido que adotou uma posição contrária ao governo atual.
Histórico de tensões e futuro político
A saída do União Brasil não é uma surpresa. O partido, que comanda o Ministério do Turismo com Celso Sabino, já havia ameaçado romper com o governo diversas vezes. As tensões se agravaram após a sigla formar uma federação com o PP e, mais recentemente, em agosto, quando Lula fez críticas públicas a Rueda durante uma reunião ministerial. Na ocasião, o presidente teria cobrado lealdade dos ministros das duas siglas.
A decisão de romper traz sérias consequências para os filiados que não a cumprirem. A resolução determina que aqueles que não deixarem seus cargos comissionados em 24 horas poderão ser punidos por "infidelidade partidária", com a possibilidade de expulsão do partido. A nota ainda afirma que qualquer membro do União Brasil pode denunciar o descumprimento da regra.
Com o rompimento, a sigla e o PP, sob o comando de Ciro Nogueira, reforçam a defesa do lançamento de uma candidatura de centro-direita para a Presidência em 2026. O União Brasil já tem um pré-candidato, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, enquanto Ciro Nogueira tem defendido a articulação em torno do nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Leia íntegra da nota divulgada pelo União Brasil nesta quinta-feira:
NOTA OFICIAL
União Brasil, por meio de sua Executiva Nacional e de suas Lideranças na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, manifesta irrestrita solidariedade ao Presidente Antonio Rueda, diante de notícias infundadas, prematuras e superficiais que tentam atingir a honra e a imagem do nosso principal dirigente.
Causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no Governo Federal movimento legítimo, democrático e amplamente debatido nas instâncias partidárias.
Tal "coincidência" reforça a percepção de uso politico da estrutura estatal visando desgastar a imagem da nossa principal liderança e, por consequência, enfraquecer a independência de um partido que adotou posição contrária ao atual governo.
Esse posicionamento, aliás, foi hoje unanimemente reforçado pela aprovação da resolução que determina aos filiados do União Brasil o desligamento, em até 24 (vinte e quatro) horas, dos cargos publicos de livre nome ação na Administração Pública Federal Direta ou lndireta, sob pena de prática de ato de infidelidade partidária.
União Brasil seguirá atuando em sintonia com os anseios da sociedade brasileira e jamais se intimidará diante de tentativas de ataque a seus dirigentes.
União Brasil Nacional
Fonte: Uol /G1