
A Câmara Municipal de Teresina vota, nesta terça-feira (21), as contas da Prefeitura referentes aos anos de 2022 e 2023, na gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa. A sessão decisiva ocorre em um contexto de grave crise política e operações policiais, com denúncias de corrupção, desvio de recursos públicos e a recente prisão de ex-assessores diretos do ex-gestor.
A gestão de Dr. Pessoa, frequentemente apontada como um "desastre" para a capital piauiense, deixou como legado um rombo milionário nas contas municipais, agravando a situação financeira do município. O clima que cerca a votação é de tensão, porque 16 dos atuais vereadores integraram ou foram beneficiados pelo Governo de Dr Pessoa, levantando dúvidas sobre o respeito parlamentar ao ex-prefeito versus o interesse público.
O vereador Joaquim do Arroz (PT), relator do processo, posiciona-se pela reprovação das contas de ambos os anos. Em seu entendimento, os indícios de irregularidades são graves o suficiente para invalidar a aprovação da gestão financeira do ex-prefeito.
Operação Gabinete de Ouro
A votação acontece poucos dias após a Polícia Civil do Piauí deflagrar a Operação Gabinete de Ouro, que investiga um suposto esquema de corrupção envolvendo desvios de recursos e cobrança de propina em contratos e nomeações durante a administração de Dr. Pessoa, entre 2021 e 2024.
Na semana passada, a ex-assessora Suelene Pessoa (Sol Pessoa) foi presa temporariamente e cumpriu cinco dias de prisão na Penitenciária Feminina de Teresina. Ela recuperou a liberdade na manhã de domingo (19), após o prazo de sua prisão temporária ter expirado sem que a polícia renovasse o pedido. Outros três investigados, Marcus Almeida, Mauro José de Moura e Rafael Ferreira, também foram liberados no fim de semana pelo mesmo motivo.
Além das investigações criminais, a administração do Dr. Pessoa é acusada de ter deixado a prefeitura em situação financeira crítica. Dados atualizados do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e de relatórios de prestação de contas indicam que a gestão gerou um déficit orçamentário milionário, comprometendo o custeio de serviços essenciais e investimentos na cidade. O "rombo" tem sido um ponto central usado pela oposição e pelo Ministério Público para criticar a administração passada.
A decisão dos vereadores nesta terça-feira será um termômetro crucial da influência política remanescente de Dr. Pessoa e um teste para a autonomia da Casa perante as evidências de má gestão e ilegalidades apuradas pela justiça.
Sol Pessoa escoltada por uma policial civil
Fonte: CMT
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