
Os profissionais de enfermagem de Parnaíba, no Litoral do Piauí, iniciaram uma paralisação de 72 horas nesta segunda-feira (20). O movimento, organizado pelo Sindicato da Enfermagem (Senatep), é uma resposta à falta de negociação por parte da prefeitura, que, segundo a categoria, se recusa a conceder reajuste salarial há mais de 20 anos. Em nota, a categoria informou que os postos de saúde estarão fechados, e os atendimentos eletivos e programados ficarão suspensos.
De acordo com Waldisleia Xavier, diretora do Senatep, a gestão do prefeito Francisco Emanuel prometeu negociar em abril, mas nunca mais atendeu aos pedidos da categoria, que protocolou vários ofícios solicitando audiências. Somente após o anúncio da paralisação, na semana passada, a prefeitura marcou uma reunião para a quinta-feira passada (16). Mas, no encontro, a posição da prefeitura foi de negar qualquer reajuste para a enfermagem.
"Ele disse que nós não vamos porque já recebemos o complemento da Enfermagem, mas esse complemento é repassado pelo Ministério da Saúde, não é pela Prefeitura. A Prefeitura já está há mais de 20 anos sem dar nenhum reajuste para nenhuma da categoria da enfermagem, nem a estratégia de saúde, nem o pronto-socorro, nem o SAMU. Estamos cobrando porque o prefeito, durante a sua campanha, prometeu que ia valorizar os profissionais efetivos, porém, a enfermagem ficou de fora", denuncia Waldisleia.
Além do reajuste salarial, a categoria reivindica melhores condições de trabalho, a atualização do valor das gratificações e, principalmente, a criação de um plano de cargos e salários exclusivo para a enfermagem. Atualmente, os enfermeiros estão inseridos em um plano geral para toda a saúde, e os profissionais exigem uma estrutura de carreira que reconheça suas especificidades.
"Essa é a negociação que a categoria exige, uma negociação digna e de respeito. Não um secretário de saúde chamar uma categoria e dizer que ela não merece nenhum reajuste e achar que isso deve continuar", declarou a diretora. A paralisação deve se estender por três dias, enquanto a prefeitura não se manifestou oficialmente sobre as reivindicações.
O Piauí Hoje entrou em contato com a Prefeitura de Parnaíba, mas ainda não teve um posicionamento. O espaço segue aberto,