Política

DECISÃO

Moraes mantém cobrança de IOF de Lula, mas retira imposto sobre “risco sacado”

Decreto presidencial se tornou centro de crise entre Executivo e Legislativo, e tema foi judicializado.

Quarta - 16/07/2025 às 18:46



Foto: bol.com Presidente Lula e ministro do STF, Alexandre de Moraes
Presidente Lula e ministro do STF, Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quarta-feira (16) restabelecer, em parte, o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que aumentou a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Com a decisão, quase todo o decreto volta a valer, atendendo ao pedido do governo federal. Apenas um ponto foi derrubado: a cobrança do IOF sobre operações conhecidas como “risco sacado”, modalidade de crédito usada principalmente por pequenas empresas.

O que é “risco sacado”?

Nessa operação, um banco antecipa para um comerciante o valor de vendas feitas a prazo. Isso garante capital de giro para o lojista. O decreto de Lula determinava que essa antecipação seria taxada com IOF, mas Moraes suspendeu essa parte por considerá-la controversa.

O próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia reconhecido que esse ponto era o mais sensível. Com a exclusão, o governo deixa de arrecadar cerca de R$ 1,2 bilhão, cerca de 10% da expectativa total de arrecadação com o decreto, que era de R$ 12 bilhões em 2024.

Entenda o conflito entre governo e Congresso

Em maio, Lula editou um decreto aumentando o IOF em diversas operações financeiras. O Congresso Nacional reagiu, aprovando um decreto legislativo que derrubava a norma presidencial.

Diante do impasse, o caso foi parar no STF. Moraes, relator, suspendeu temporariamente tanto o decreto de Lula quanto o do Congresso e convocou uma audiência de conciliação, realizada na terça-feira (15), mas sem acordo.

Agora, Moraes decidiu de forma provisória (liminar) e devolveu quase toda a cobrança. O tema ainda será analisado pelo plenário do Supremo, que dará a palavra final.

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