Política

MANUELA D'ÁVILA

Manuela D'Ávila anuncia saída do PCdoB após 25 anos

Ex-deputada critica a falta de opções na esquerda e reflete sobre os desafios e ameaças enfrentados por mulheres na política brasileira

Da Redação

Segunda - 21/10/2024 às 11:35



Foto: Marcos Alves / Agencia O Globo A ex-deputada Manuela d’Ávila 13/08/2018
A ex-deputada Manuela d’Ávila 13/08/2018

A ex-deputada federal Manuela D'Ávila declarou ser uma "mulher sem partido" após 25 anos de filiação ao PCdoB. A afirmação foi feita durante um debate promovido pelo ICL sobre o futuro da esquerda no Brasil. Manuela disse: "Depois de 25 anos em um único partido, não sou uma mulher sem partido por opção, mas por falta de condições de qual caminho seguir. Hoje sou uma mulher sem partido, por isso posso criticar todos eles."

No debate, ela abordou a crise das legendas de esquerda e a dificuldade em criar um novo partido. A ex-parlamentar, que já foi vereadora, deputada federal e estadual pelo PCdoB, foi vice na chapa de Fernando Haddad (PT) em 2018, quando Lula foi impedido de concorrer. Ambos foram derrotados por Jair Bolsonaro.

Manuela também comentou sobre as críticas que recebe dentro da esquerda, destacando que existe uma resistência ao debate sobre como avançar, com pessoas acusando-a de ajudar Bolsonaro. "Sinto certa obstrução. Cada vez que abrimos uma mesa para discutir, escutamos: 'Opa, estão ajudando o Bolsonaro.' Eu não estou", afirmou.

Além de Manuela, participaram do debate o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), o deputado estadual Renato Freitas (PT-PR), e outros convidados como Márcia Tiburi, Jessé de Souza e Jones Manoel.

Manuela, agora com 43 anos, começou sua carreira política na UNE e se filiou ao PCdoB no início dos anos 2000. Em 2004, foi eleita a vereadora mais jovem de Porto Alegre, aos 23 anos, e depois chegou à Câmara dos Deputados em 2006. Tentou ser prefeita de Porto Alegre três vezes, chegando ao segundo turno em 2020.

Ao longo de sua trajetória, Manuela enfrentou violência política, incluindo ameaças à sua filha, Laura, durante sua candidatura à prefeitura. Em 2022, cogitou uma candidatura ao Senado, mas desistiu, citando a desunião da esquerda no Rio Grande do Sul e os ataques constantes que sofreu e à sua família.

Ela denunciou que ser uma mulher pública no Brasil implica conviver com ameaças, incluindo ameaças de estupro e morte: "Ser uma mulher pública no Brasil é ser ameaçada permanentemente", escreveu.

Fonte: O Globo

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