Mais da metade dos brasileiros acredita que Jair Bolsonaro (PL) tramou um golpe de Estado após sua derrota nas eleições presidenciais de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É o que revela uma pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (18), pela Folha de S. Paulo. Segundo o levantamento, 52% dos entrevistados consideram que o ex-presidente tentou se manter no poder por meio de um golpe.
O estudo, realizado entre os dias 12 e 13 de dezembro com 2.002 eleitores, também mostra uma divisão clara entre os diferentes estratos sociais. A suspeita de tentativa de golpe é maior entre os nordestinos (64%), os mais pobres (60%) e os menos instruídos (59%). Por outro lado, segmentos como os mais ricos (49%), os evangélicos (52%) e os moradores da região Sul (50%) tendem a isentar Bolsonaro.
A pesquisa mantém alinhamento com o levantamento realizado em março de 2024, quando 55% dos entrevistados também acreditavam na possibilidade de golpe. Apesar da leve redução, a percepção sobre o risco de uma ruptura institucional em 2022 segue alta: 68% dos entrevistados afirmaram que houve risco de golpe, com 43% considerando a ameaça “grande”.
Bolsonaro, que está inelegível até 2030 por ataques ao sistema eleitoral, é investigado em um inquérito da Polícia Federal sobre uma suposta trama golpista para se manter no cargo. Ele nega as acusações, afirmando ser alvo de perseguição política e alegando que as discussões para prolongar seu governo não passaram de hipóteses sem consequência prática. No entanto, a Polícia Federal discorda e há expectativa de que o Ministério Público ofereça denúncia contra o ex-presidente em 2025.
As investigações ganharam força após a prisão de Walter Braga Netto, general da reserva e ex-candidato a vice de Bolsonaro, por envolvimento no caso. Paralelamente, a pesquisa Datafolha abordou outro ponto polêmico: a tentativa de assassinato contra Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelos inquéritos sobre os atos golpistas.
Entre os entrevistados que afirmaram estar informados sobre o plano, 50% acreditam no envolvimento de Bolsonaro, enquanto 40% discordam. Já entre aqueles que não tinham conhecimento do caso, 54% consideram o ex-presidente inocente. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Fonte: Brasil 247