
Ao pedir a condenação máxima do ex-presidente Jair Bolsonaro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pela acusação na trama golpista, relembrou nesta terça-feira (2/9), durante sua manifestação no julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), algumas falas do ex-presidente que atacaram as instituições democráticas e ministros da Corte.
O procurador destacou discursos de Bolsonaro durante as comemorações de 7 de Setembro de 2021, quando o ex-mandatário discursou para milhares de apoiadores. “Aproveitando do prestígio da data cívica, o então presidente tornou a insuflar a militância contra os ministros do STF e do TSE, em mais de uma etapa do plano de subversão da ordem constitucional. Em seu pronunciamento na Avenida Paulista, voltou a atacar o sistema eletrônico de votação, qualificando-o como farsa”, pontuou.
Na ocasião, Bolsonaro atacou o Tribunal Superior Eleitoral e ministros do STF em frases como:
‘Não poderia participar de uma farsa dessa patrocinada pelo TSE’, ‘Só saio preso, morto ou com vitória, quero dizer aos canalhas que não serei preso’.
Para a PGR, as frases não podem ser vistas como um fato isolado, mas sim como projeto autoritário de Bolsonaro.
“Necessidade do caos”, diz PGR
Gonet defendeu a condenação de Bolsonaro (PL) e de outras sete pessoas por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. “Havia um plano sistemático de ataque. O autogolpe também é golpe punível, consistindo em desvio funcional gravíssimo, já que se origina dentro das instituições e opera contra elas”, afirmou.
O procurador-geral da República lembra que, antes da invasão das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, também atearam fogo em automóveis, e um caminhão com combustível se aproximou do aeroporto de Brasília "destinado à explosão".
"A instauração do caos era explicitamente considerada etapa necessária do desenrolar do golpe para que se atraísse a adesão dos comandantes do Exército e da Aeronáutica", disse Gonet.
Fonte: Metropoles/Uol