Política

JULGAMENTO

Defesa de Mauro Cid nega coação da PF em delação premiada

Advogado de Mauro Cid nega coação da PF e afirma que delação premiada é válida, apesar de áudios divulgados envolvendo ministro Alexandre de Moraes

Da Redação

Terça - 02/09/2025 às 16:43



Foto: Internet Mauro Cid corria o risco de perder benefícios da delação premiada
Mauro Cid corria o risco de perder benefícios da delação premiada

A defesa do ex-ajudante de ordens Mauro Cid negou nesta terça-feira (2) qualquer coação durante a celebração de sua delação premiada no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O advogado Jair Alves Pereira, que representa Cid, afirmou que as críticas do militar à Polícia Federal e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, publicadas pela revista Veja, não configuram coação.  “Não é coação. Reclamar do delegado da PF é direito do delator”, destacou.

A defesa de Cid também espera que os advogados dos demais réus questionem a delação premiada do militar com o objetivo de tentar derrubar as acusações contra Bolsonaro e aliados. Pereira ressaltou, no entanto, que a validade da delação de Cid já foi confirmada em mais de uma oportunidade.

Sobre os áudios divulgados, o advogado fez uma menção ao ministro Moraes, lembrando que as mensagens não abordam o teor da delação. “Se o ministro tivesse declarado minha prisão, também teria reclamado e isso não sairia no jornal”, disse Pereira, em tom de brincadeira.

Uma eventual anulação da delação poderia prejudicar Cid, que corre risco de perder os benefícios firmados no acordo com a PF. No entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que a delação serviu apenas como ponto de partida para a coleta de provas, e o processo no Supremo não seria encerrado.

Há ainda suspeitas de que Cid teria utilizado um perfil falso no Instagram para manter contato com a defesa de outro réu, o que poderia configurar descumprimento das medidas cautelares. A defesa contesta essas alegações, principalmente sobre a validade da ata apresentada pelo advogado Eduardo Kuntz, que representa Marcelo Câmara, outro réu do processo.

Pereira reforça que os argumentos apresentados pelos demais réus sobre tais conversas não têm validade jurídica.

Fonte: Estadão

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