Política

ORÇAMENTO SECRETO

Ex-assessora de Arthur Lira comandava orçamento secreto, aponta Flávio Dino

Mariângela Fialek foi alvo de operação da Polícia Federal nesta sexta-feira

Da Redação

Sexta - 12/12/2025 às 12:28



Foto: Pablo Valadares/Câmara Mariângela Fialek
Mariângela Fialek

A ex-assessora parlamentar Mariângela Fialek, que atuou junto ao deputado federal e ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), é apontada como responsável pelo controle de indicações desviadas de emendas parlamentares vinculadas ao chamado orçamento secreto. A informação consta na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que autorizou a deflagração da Operação Transparência pela Polícia Federal nesta sexta-feira (12).

A investigação apura irregularidades na destinação de verbas públicas provenientes de emendas parlamentares. A decisão judicial descreve que Mariângela exercia papel central na operacionalização dessas indicações, supostamente em benefício de uma organização criminosa voltada a desvios funcionais e crimes contra a administração pública e o sistema financeiro nacional.

No despacho, o ministro Flávio Dino afirma: "Mariângela Fialek, que desponta exercer o controle de indicações desviadas de emendas decorrentes do orçamento secreto em benefício de uma provável organização criminosa voltada à prática de desvios funcionais e crimes contra a administração pública e o sistema financeiro nacional". O deputado Arthur Lira não é alvo das investigações.

Mariângela Fialek atua em um setor da Câmara dos Deputados responsável pela organização das indicações de emendas parlamentares e, atualmente, está lotada na liderança do PP na Casa. Durante a operação, agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca em salas utilizadas pela servidora na Câmara e também em sua residência. Um telefone celular foi apreendido.

Um dos locais vistoriados foi uma sala que, de acordo com registros oficiais, é destinada à Presidência da Câmara. O espaço passou a ser utilizado por Mariângela a partir de 2022, período em que Arthur Lira comandava a Casa. Há relatos de que era nesse local que ela despachava assuntos relacionados às emendas parlamentares.

Ao longo das apurações, a Polícia Federal colheu depoimentos de diversos parlamentares, entre eles os deputados Glauber Braga (PSOL-RJ), José Rocha (União Brasil-BA), Adriana Ventura (Novo-SP), Fernando Marangoni (União Brasil-SP) e Dr. Francisco (PT-PI). Também foram ouvidos o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e uma servidora da Câmara.

De acordo com a decisão do ministro do STF, "tais oitivas direcionaram as apurações à Representada, indicada como a principal responsável pela operacionalização do chamado 'orçamento secreto' no âmbito daquela Casa Legislativa". O documento acrescenta que os depoimentos apontam que Mariângela atuava "diretamente na operacionalização do encaminhamento de emendas" e que realizava indicações em nome de Arthur Lira.

O despacho judicial destaca ainda que, "constatou-se, ainda, que, mesmo após a alteração na Presidência da Casa, ela permaneceu no exercício da função", o que reforçou a suspeita sobre a continuidade de sua atuação no esquema investigado.

Em nota, a assessoria de Arthur Lira informou que ela não é sua assessora. Já a liderança do PP na Câmara declarou que está averiguando os fatos e que deve se manifestar ainda nesta sexta-feira.

Fonte: Brasil 247

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