
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a usar as redes sociais nesta quinta-feira (10) para defender a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em nova publicação na plataforma X (antigo Twitter), o parlamentar convocou os brasileiros a agradecerem diretamente ao republicano, relacionando a medida à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu em investigações sobre tentativa de golpe.
Povo Brasileiro, vamos fazer o mundo ouvir a nossa voz. Coloque o seu agradecimento ao Presidente Donald Trump @realDonaldTrump abaixo e vamos rumo à lei Magnitsky! THANK YOU PRESIDENT TRUMP - MAKE BRAZIL FREE AGAIN - WE WANT MAGNITSKY!
Escreveu Eduardo, em referência à legislação norte-americana que permite sanções contra autoridades estrangeiras por violações de direitos humanos.
Tarifas de 50%
O novo posicionamento de Eduardo ocorre um dia após Trump anunciar, por meio de comunicado oficial da Casa Branca, a criação de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto de 2025. A medida, segundo o governo dos EUA, visa responder ao que o republicano chamou de “barreiras comerciais injustas” impostas pelo Brasil e de violações à liberdade de expressão por parte do STF.
Antes da nova publicação, Eduardo Bolsonaro já havia divulgado uma nota aberta com críticas ao ministro Alexandre de Moraes e pedido de anistia ao pai. No texto, intitulado “Uma hora a conta chega”, o deputado argumenta que a sobretaxa americana é uma reação direta às decisões do Supremo. Ele responsabiliza o ministro Moraes pela medida e passa a se referir à tarifa como “tarifa-Moraes”.
“Cabe ao Congresso liderar esse processo, começando com uma anistia ampla, geral e irrestrita, seguida de uma nova legislação que garanta a liberdade de expressão, especialmente online, e a responsabilização dos agentes públicos que abusaram do poder”, afirmou Eduardo, em texto assinado em parceria com o comentarista político Paulo Figueiredo, também radicado nos Estados Unidos. “Restam três semanas para evitar um desastre. É hora dos responsáveis colocarem fim a essa aventura autoritária.”
De acordo com Eduardo, a iniciativa de Trump deve ser vista como uma forma de pressão contra os atos do STF, os quais ele considera abusivos. O parlamentar vem intensificando sua atuação internacional em defesa do ex-presidente, argumentando que a imposição de sanções e a aprovação de leis como a Magnitsky podem forçar o recuo de autoridades brasileiras.
A medida de Trump gerou críticas de setores do agronegócio e da indústria no Brasil, que veem na decisão um risco significativo para as exportações nacionais. A tarifa incide sobre todos os produtos, inclusive itens como soja, carne, aço e derivados de petróleo, setores que tradicionalmente mantêm fortes laços comerciais com os EUA.
Apesar da tentativa de Eduardo de transformar a medida em um gesto político favorável a Bolsonaro, a tarifa deve ter impacto econômico direto para empresas brasileiras que exportam aos Estados Unidos.
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(*) Isaac Da Silva é estagiário sob supervisão da jornalista Nayrana Meireles -DRT 0002326/PI