
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira (10), que o Brasil vai recorrer formalmente à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida foi assinada pelo presidente americano Donald Trump na quarta-feira (09), segundo o governo brasileiro, fere as regras do comércio internacional e ameaça empregos e a competitividade da indústria nacional.
Em pronunciamento no Palácio do Planalto, Lula classificou a decisão americana como “injusta, arbitrária e inaceitável”. Ele também sinalizou que, caso os EUA não recuem, o Brasil aplicará a Lei da Reciprocidade, elevando tarifas sobre importações americanas no mesmo patamar. “Se ele vai cobrar 50% de nós, nós vamos cobrar 50% dele”, disse o presidente. E acrescentou.“O Brasil é um país que não tem contencioso de ninguém. Aqui, tudo se resolve numa conversa.”, diz Lula.
Tarifa atinge aço, alimentos e calçados
A tarifa americana incide sobre uma série de produtos exportados pelo Brasil, incluindo aço, alumínio, alimentos processados, calçados e móveis. Somente no setor do aço, a medida pode afetar cerca de R$ 3 bilhões em exportações anuais, segundo estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os EUA são o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China. Em 2024, o comércio bilateral superou US$ 100 bilhões.
Pressão política dos EUA
A nova tarifa foi anunciada por Trump dias após o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, fato que, segundo a carta enviada pelo governo americano, teria motivado a adoção da medida em defesa da “democracia”.
Lula reagiu, dizendo que o Brasil é soberano e que nenhum país tem direito de interferir nas decisões do Judiciário brasileiro.
Fonte: Agência Brasil