
Em meio às articulações da direita para as eleições de 2026, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou, nesta sexta-feira (30), que pode concorrer à Presidência da República, caso receba a missão diretamente de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Obviamente, se for uma missão dada pelo meu pai, vou cumprir. Inclusive meu nome já figurou em algumas pesquisas, né? Fiquei feliz”, declarou o parlamentar à revista Veja.
A declaração formaliza a entrada de Eduardo no debate sucessório da direita e ocorre no momento em que o campo bolsonarista busca um nome competitivo após a inelegibilidade de Jair Bolsonaro até 2030. Apesar da possível candidatura, o deputado reforça que o ex-presidente ainda é a prioridade:
“Eu acho que, numa democracia normal, quem deveria ser o candidato é o Jair Bolsonaro, que inclusive lidera diversas pesquisas”.
O filho “03” de Bolsonaro vem tentando consolidar sua posição como liderança nacional, mesmo sendo investigado por possíveis articulações com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em suposta tentativa de retaliação a autoridades brasileiras, entre elas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na entrevista, Eduardo defendeu a mobilização política que levou seu pai ao Planalto em 2018. “Temos que resgatar o espírito de 2018, sem cometer os erros de 2022”, disse. Ao comentar outros nomes cotados no grupo bolsonarista, foi diplomático, mas reforçou que a palavra final será do pai. “Tarcísio é um excelente gestor. Mas ele tem dito que o objetivo dele é a reeleição ao governo de São Paulo. Foi um excelente ministro da Infraestrutura”, afirmou.
Sobre Michelle Bolsonaro, o deputado destacou sua força eleitoral: “A rejeição à Michelle é muito baixa. O discurso dela é muito próximo das mulheres e dos evangélicos. Mas é o Jair Bolsonaro, na verdade, quem vai decidir”. E concluiu: “Acredito que há uma chance, que há uma luz no fim do túnel pra gente corrigir a democracia brasileira e conseguir colocá-lo como candidato”.
Mesmo afastado formalmente da disputa por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Jair Bolsonaro também falou à Veja sobre o cenário de 2026. “Eu não posso bater o martelo agora”, disse o ex-presidente.
“A Michelle não pediu para entrar nas pesquisas, botaram o nome dela e ela tem aparecido na frente do Lula. [...] O outro é o Eduardo, que está nos Estados Unidos, que aparece em pesquisas por aí também, perdendo para o Lula, mas aparece. Tem muito tempo até lá”.
A movimentação no entorno do clã Bolsonaro mostra a tentativa de manter a influência do ex-presidente sobre a direita brasileira. Seja com Eduardo, Michelle, Tarcísio ou com o próprio Jair Bolsonaro, caso consiga reverter sua situação jurídica, o grupo já projeta suas peças para 2026.
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Fonte: Brasil 247