Política

INVESTIGAÇÃO

Eduardo Bolsonaro chama Moraes de “frouxo” e prevê novas sanções de Trump

Deputado, nos EUA, questiona ausência de Trump no inquérito das fake news e pressiona STF

Da Redação

Sábado - 12/07/2025 às 14:14



Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados Eduardo Bolsonaro se aproveita da taxação de Trump ao Brasil para pressionar Congresso por anistia ao pai
Eduardo Bolsonaro se aproveita da taxação de Trump ao Brasil para pressionar Congresso por anistia ao pai

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou em seu perfil no Instagram, um vídeo no qual intensifica os ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente nos Estados Unidos, Eduardo afirma que o ex-presidente americano Donald Trump pode vir a adotar medidas contra o magistrado, com base na chamada Lei Magnitsky, legislação norte-americana que permite a imposição de sanções a indivíduos estrangeiros acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.

No vídeo, gravado em território americano, Eduardo critica a atuação de Moraes à frente do inquérito das fake news e questiona por que Trump não foi incluído nas investigações conduzidas pelo ministro. “Por que o senhor não faz a mesma coisa com o Trump que fez comigo? Que fez com o Allan dos Santos, com Elon Musk… Por que você não coloca o Trump no inquérito das fake news?”, disse o parlamentar, elevando o tom na sequência. “Alexandre de Moraes não é macho. Alexandre de Moraes é um frouxo, está com medo, está sem dormir, porque ele sabe que daqui a pouco vai vir a Lei Magnitsky.”

A Lei Magnitsky, citada por Eduardo, tem sido invocada por ele em reuniões com parlamentares republicanos em Washington, como Cory Mills e Marco Rubio. A legislação permite aos Estados Unidos aplicar sanções como o congelamento de bens e a proibição de entrada no país de estrangeiros considerados responsáveis por violações de direitos humanos. Segundo Eduardo, as sanções, se aplicadas, poderiam atingir não apenas Moraes, mas também sua esposa, o delegado da Polícia Federal Fábio Shor e outros integrantes da corporação. 

“Do jeito que o Trump é, não vai vir só nele. Vai vir pegando, provavelmente, a esposa dele, o Fábio Shor e outros atores da Polícia Federal. Agora está tudo na mão do Trump… e ele é imprevisível. Pode vir pra cima da PGR”, afirmou, referindo-se também à Procuradoria-Geral da República.
As declarações ocorrem em meio a um contexto de crescente tensão diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos. Neste mês, Trump, em campanha pela reeleição, anunciou a imposição de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros e classificou os processos contra Jair Bolsonaro no Brasil como uma “caça às bruxas”. Ao lado disso, o governo Lula tem reiterado que o país não aceitará pressões ou ingerência externa, com o presidente afirmando recentemente que “o Brasil não recebe ordens de Trump”.
Eduardo Bolsonaro é alvo de uma investigação conduzida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de incitar autoridades americanas a adotarem sanções contra membros do Judiciário e do Executivo brasileiro. A apuração também investiga possível coação no curso do processo e tentativa de obstrução de Justiça. Nesta semana, Moraes atendeu a um pedido da Polícia Federal e prorrogou as investigações por mais 60 dias.

A escalada das declarações do deputado licenciado soma-se à ofensiva de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro contra instituições brasileiras. Ao envolver diretamente o nome de Trump e sugerir a aplicação de sanções com base em uma legislação estrangeira, Eduardo amplia o grau de confronto institucional, agora em escala internacional. 

O caso, que já provoca reações no Congresso brasileiro e no meio diplomático, deverá ter novos desdobramentos nas próximas semanas.

Fonte: Brasil 247

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