Política

TRAMA GOLPISTA

Em depoimento, ​Ciro e Tarcísio dizem que Bolsonaro não tentou impedir a posse de Lula

O senador Ciro Nogueira e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, prestaram depoimento como testemunhas de defesa na ação penal que apura trama golpista

Da Redação com informações do Brasil 247

Sexta - 30/05/2025 às 10:18



Foto: Reprodução/Redes sociais Ciro Nogueira e Tarcísio de Freitas depuseram ao STF como testemunhas de defesa de Bolsonaro
Ciro Nogueira e Tarcísio de Freitas depuseram ao STF como testemunhas de defesa de Bolsonaro

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não teve qualquer intenção de dar um golpe de Estado após perder as eleições de 2022. Os dois prestaram depoimento como testemunhas de defesa na ação penal 2668, que investiga uma tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Várias conversas, jamais tocou nesse assunto. Jamais mencionou qualquer tipo de ruptura”, disse Tarcísio. Segundo ele, Bolsonaro estava “triste, resignado” após o resultado das urnas. “Conversávamos sobre muita coisa e esse assunto nunca veio à tona.”

Já Ciro Nogueira relatou que o então presidente ficou “deprimido” e “recolhido ao Palácio da Alvorada” após a derrota. Ele também negou qualquer tentativa de obstrução à transição de governo. 

“O ex-presidente, em minuto nenhum, quis obstacular qualquer tipo de situação”, afirmou.

Ex-ministro da Casa Civil entre 2021 e 2022, Ciro foi responsável por conduzir a transição administrativa entre os governos. “Todas as orientações foram para que fizesse a transição. A Casa Civil cumpriu todos os protocolos, buscou informações com todos os ministérios para que a gente pudesse fazer da melhor forma possível”, declarou.

O senador ainda acrescentou que, à época, o país enfrentava uma greve de caminhoneiros e que solicitou a Bolsonaro um pronunciamento para conter os bloqueios. “Pedi uma declaração para que os atos fossem encerrados e a transição prosseguisse.”

Ambos os depoimentos foram prestados por videoconferência ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Os dois são testemunhas arroladas pelas defesas de Bolsonaro, do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira. Eles são investigados por participação em uma suposta trama golpista que culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Além de Tarcísio e Ciro, também prestaram depoimento nesta manhã o deputado distrital João Hermeto (MDB-DF), o senador Esperidião Amin (PP-SC) e a secretária de Desenvolvimento Social do DF, Ana Paula Marra.

As oitivas desta sexta-feira fazem parte da segunda fase da instrução criminal da ação penal, que prevê a produção de provas no Judiciário. Segundo o STF, até o momento foram ouvidas 43 testemunhas por videoconferência e duas apresentaram declarações por escrito. Outras 16 foram dispensadas, e ainda restam 21 depoimentos até a conclusão, prevista para 2 de junho.

A fase atual antecede os interrogatórios dos réus, que só serão ouvidos após o fim das oitivas. Depois disso, acusação e defesa apresentarão suas alegações finais.

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Fonte: Brasil 247

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