
A ex-deputada federal Joice Hasselmann acusou, em vídeo publicado em sua rede social no último sábado (6), que a deputada Carla Zambelli estaria negociando uma delação premiada com o Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com Hasselmann, a intenção de Zambelli seria diminuir a pena de sua primeira condenação, entregando informações sobre a família Bolsonaro.
Joice, que foi líder do governo Bolsonaro na Câmara e hoje se tornou uma crítica ferrenha do grupo, afirmou que Zambelli estaria "em desespero" e se sentindo "abandonada" na prisão na Itália. "Por esse motivo, ela planeja entregar todo mundo!", declarou. A ex-deputada foi além e citou nominalmente os alvos da suposta delação: Carlos, Jair, Flávio e Eduardo Bolsonaro.
Hasselmann também alegou que Zambelli planeja revelar que a ordem para o hacker Walter Delgatti invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) partiu do ex-presidente Jair Bolsonaro. "Essa seria a única coisa certa que Carla Zambelli faria na vida", alfinetou, incentivando publicamente a ex-colega a prosseguir com o suposto plano. "Vou aplaudir você".
Joice Hassemann foi líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados Advogado já negou a possibilidade
Esta não é a primeira vez que surge o boato sobre uma delação premiada de Zambelli. No início de agosto, o advogado Fábio Pagnozzi, defensor da deputada, já se havia manifestado de forma contundente para negar a possibilidade após declarações similares do ministro Márcio França.
Na ocasião, Pagnozzi foi categórico: "a possibilidade de sua cliente delatar aliados para reduzir pena não existe". Ele criticou a fala do ministro do Empreendedorismo, classificando-a como inoportuna.
Condenação e fuga
Carla Zambelli foi condenada pelo STF, em maio deste ano, a 10 anos de prisão em regime inicialmente fechado, além do pagamento de R$ 2 milhões em danos coletivos. A condenação é pela autoria intelectual da invasão ao sistema eletrônico do CNJ, ocorrida em 2023, com o objetivo de emitir um mandato de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
O hacker Walter Delgatti, condenado no mesmo processo, confirmou em depoimento ter executado o crime a mando da parlamentar.
Por possuir dupla cidadania, Zambelli deixou o Brasil após a condenação e refugiou-se na Itália. No dia 29 de julho, ela foi presa por autoridades italianas em decorrência de um pedido de prisão preventiva para extradição, formalizado pelo Brasil em 11 de junho. O governo brasileiro aguarda a resposta das autoridades italianas sobre o seu repatriamento para cumprir a pena no país.
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