Política

GOLPE DE ESTADO

Advogados miram acareações no STF para enfraquecer delação de Mauro Cid

Confrontos entre réus e testemunhas nesta terça são considerados estratégicos para expor contradições

Da Redação com informações do Brasil 247

Terça - 24/06/2025 às 09:41



Foto: Ton Molina/STF e Isac Nóbrega/PR Moraes autoriza acareação entre Mauro Cid e Braga Netto
Moraes autoriza acareação entre Mauro Cid e Braga Netto

As acareações marcadas para esta terça-feira (24), no Supremo Tribunal Federal (STF), tornaram-se peças-chave para os advogados de defesa dos réus investigados na tentativa de golpe de Estado, articulada após as eleições de 2022. Vistas como etapas estratégicas, as oitivas presenciais devem ser usadas pelos defensores para tentar enfraquecer a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apontado como peça central nas investigações.

Segundo informações da CNN Brasil, a expectativa é que os confrontos revelem contradições entre os depoimentos já prestados e fragilizem as principais acusações do caso. Entre os embates mais aguardados está o que colocará frente a frente Mauro Cid e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa.

Ambos são réus no processo, e deverão prestar esclarecimentos sobre episódios considerados cruciais para a investigação. Um deles envolve o chamado plano "Punhal Verde e Amarelo", supostamente elaborado para promover uma ruptura institucional. Outro ponto controverso é a entrega de uma caixa de vinho recheada com dinheiro em espécie. Segundo Cid, o montante foi repassado a Braga Netto para financiar acampamentos bolsonaristas em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, logo após a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Outro confronto de destaque ocorre entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes, este na condição de testemunha. A defesa de Torres contesta a credibilidade do depoimento prestado por Freire Gomes, que afirmou que houve uma reunião entre Bolsonaro, Torres e comandantes militares. Os advogados alegam que a testemunha “não apresentou detalhes sobre data, local, participantes ou conteúdo da suposta reunião”.

Com o intuito de afastar suspeitas sobre o envolvimento de Torres em uma tentativa de ruptura democrática, os advogados do ex-ministro também anexaram ao processo um laudo técnico. O documento analisa a minuta de decreto de estado de defesa encontrada em sua casa e busca dissociá-la da chamada “minuta do golpe”, citada por investigadores.

A acareação entre Mauro Cid e Braga Netto é tratada como a mais relevante e com maior potencial de impacto no andamento da ação penal, o que levou o ministro Alexandre de Moraes a autorizar a participação de outras defesas no ato. Já o confronto entre Torres e Freire Gomes, apesar de significativo, é visto com menor repercussão entre os demais réus.

As regras do STF para essa fase determinam que apenas os advogados participantes, membros da Procuradoria-Geral da República (PGR) e o ministro Alexandre de Moraes poderão formular perguntas. Os réus não poderão interagir diretamente entre si e, ao contrário dos interrogatórios anteriores, as acareações ocorrerão em caráter sigiloso, sem transmissão pública.

Fonte: Brasil 247

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: