Polícia

DENÚNCIA

Piloto confirma transporte de dinheiro para PCC e cita encontro com Ciro Nogueira e Rueda

Citados na denúncia o senador Ciro Nogueira e o presidente do União Brasil, Antônio de Ruedaa negam

Da Redação

Quinta - 18/09/2025 às 18:00



Foto: ICL Notícia O piloto de avião Mauro Caputti Mattosinho
O piloto de avião Mauro Caputti Mattosinho

O piloto de avião Mauro Caputti Mattosinho confirmou que transportou uma sacola de papelão, que aparentava conter dinheiro, em um voo de São Paulo a Brasília no dia 6 de agosto de 2024. Durante o trajeto, outros passageiros mencionaram um possível encontro com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), conforme noticiou o portal ICL Notícias

Mattosinho prestou depoimento à Polícia Federal e disse que o cuidado especial com a sacola foi orientado por Epaminondas Chenu Madeira, dono da empresa de táxi aéreo TAP, onde o piloto trabalhava. Ele registrou o objeto em vídeo para documentar a situação.

O voo foi realizado a serviço de Beto Louco e Mohamad Hussein Mourad, apontados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo como líderes de um esquema criminoso ligado ao PCC, envolvendo lavagem de dinheiro e fraudes fiscais no setor de combustíveis. Mattosinho afirmou ter realizado cerca de 30 voos com os dois desde novembro de 2023.

O Senado informou que não há registros da entrada de Roberto Augusto Leme e Mohamad Hussein Mourad no gabinete de Ciro Nogueira em 2024. A reportagem solicitou dados sobre acessos a outras áreas do Senado, mas teve o pedido negado pelo órgão.

O piloto também citou empresas ligadas aos suspeitos, Copape e Aster, que atuavam junto à ANP e ao Congresso para tentar reverter a revogação de licenças. Documentos públicos confirmam a relação das empresas com fundos de investimento e jatos registrados em nome de sócios ocultos.

Rueda e Ciro negam esquema de jatos

O presidente do União Brasil, Antônio de Ruedaa refutou todas as acusações, afirmando nunca ter sido proprietário de avião nem cotista dos fundos mencionados na investigação. Segundo ele, sempre utilizou apenas voos comerciais ou viajou como convidado, sem intermediar ou adquirir aeronaves. O político afirmou desconhecer o uso da empresa de táxi aéreo por investigados e classificou como “absurda” qualquer tentativa de associá-lo a atos ilícitos, acrescentando que “repudia com veemência” a menção de seu nome no caso.

O senador Ciro Nogueira também negou qualquer vínculo financeiro ou pessoal com Beto Louco. Ele solicitou ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a abertura de investigação sobre o episódio. Além disso, entregou à Justiça seus dados bancários, telefônicos e telemáticos, e entrou com ação contra o ICL Notícias por danos morais, alegando tentativa de intimidação judicial. Durante a apuração, Nogueira divulgou o telefone do jornalista responsável e se pronunciou publicamente nas redes sociais, atitude que gerou críticas de organizações de defesa da imprensa.

Fonte: ICL Notícia

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