Polícia

PRISÃO

PF prende diretor da Agência Nacional de Mineração em operação contra corrupção

Também foi determinado o bloqueio de bens no valor de R$ 1,5 bilhão

Da Redação

Quarta - 17/09/2025 às 14:30



Foto: Geraldo Magela/Agência Senado Caio Mário Trivellato Seabra Filho, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM)
Caio Mário Trivellato Seabra Filho, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM)

A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quarta-feira (17), o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mario Seabra, durante uma operação que investiga um esquema criminoso no setor de mineração. A apuração aponta que a organização fraudava processos de licenciamento ambiental mediante pagamento de propina a agentes públicos em esferas federal e estadual.

Outro alvo da operação foi o ex-diretor da PF na área administrativa, Rodrigo de Melo Teixeira, atualmente cedido à Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). Ele é investigado por participação em empresa de mineração. Ao todo, a Justiça expediu 22 mandados de prisão temporária e 79 de busca e apreensão em Belo Horizonte (MG) e em outras cidades mineiras. Também foi determinado o bloqueio de bens no valor de R$ 1,5 bilhão.

Segundo a PF, alguns investigados respondem a diferentes inquéritos que tratam de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e vazamento de informações. No total, 17 pessoas tiveram prisão preventiva decretada, 15 já foram detidas e duas seguem foragidas.

O foco da investigação é um conglomerado de mais de 40 empresas, tendo como principal a holding Minerar S/A, atuante na exploração de minério de ferro em áreas estratégicas de Minas Gerais. Entre os alvos de prisão estão os empresários:

  • Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como líder do esquema;

  • Helder Adriano de Freitas, sócio de Alan na mineradora Gutesiht e acusado de intermediar negociações com agentes públicos e órgãos ambientais;

  • João Alberto Paixão Lages, também sócio de Alan e considerado peça-chave nas articulações do grupo.

De acordo com as investigações, o grupo obteve licenças para extração e transporte de minérios em áreas de preservação e com risco de desastre. Para manter a atuação ilegal, criou uma rede de empresas e operadores voltados a práticas de corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.

O inquérito, aberto em 2020, indica que a quadrilha corrompeu servidores de órgãos como ANM, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) e Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais. Além das prisões, a Justiça determinou o afastamento de três servidores públicos:

  • Fernando Baliani da Silva, da FEAM;

  • Breno Esteves Lasmar, do Instituto Estadual de Florestas (IEF);

  • Fernando Benício de Oliveira Paula, do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

A PF afirma que mais de R$ 3 milhões foram pagos em propina a agentes públicos, e que alguns investigados recebiam uma espécie de “mesada” para atender aos interesses da organização.

Fonte: G1

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