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Queda nas exportações do Brasil para Argentina aponta mudanças no comércio bilateral

Vendas de produtos brasileiros caíram quase 30% neste ano, em meio à catástrofe econômica produzida pelo governo Milei

Da Redação

Terça - 28/05/2024 às 11:31



Foto: Reuters Presidente da Argentina Milei
Presidente da Argentina Milei

No primeiro quadrimestre de 2024, as exportações brasileiras para a Argentina registraram uma redução significativa de 29,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior, totalizando US$ 3,91 bilhões (R$ 20,1 bilhões). Essa queda levou a Argentina, anteriormente o terceiro maior mercado para produtos brasileiros, a se aproximar da Holanda, ocupando agora a quarta posição com US$ 3,5 bilhões (R$ 18 bilhões) em compras.

A redução nas exportações brasileiras é atribuída principalmente à colheita robusta de soja na Argentina e às medidas econômicas adotadas pelo governo de Javier Milei, que resultaram na maior recessão da América Latina em 2024, com previsão de queda do PIB em cerca de 4%. Em 2023, a Argentina enfrentou uma severa seca, aumentando significativamente a compra de soja brasileira. Porém, em 2024, com uma colheita local forte, a demanda por soja importada diminuiu, refletindo diretamente na redução das exportações brasileiras, especialmente no setor da soja, que representou 28% da redução total das exportações.

Além disso, diversos setores da indústria brasileira foram afetados pela diminuição das exportações. A venda de partes e acessórios de veículos, automóveis de passageiros, papel e cartão e motores de pistão registraram quedas significativas, impactando negativamente a economia brasileira. A desvalorização de 54% do peso argentino também contribuiu para o aumento dos custos das importações, afetando o comércio bilateral entre os países.

O setor de calçados no Brasil foi especialmente afetado, com uma queda de 39,2% no volume e de 24,9% na receita das exportações para a Argentina. Além disso, as vendas de máquinas e equipamentos para o país vizinho também sofreram uma queda acentuada de quase 50% nos primeiros três meses do ano.

Enquanto isso, a indústria argentina enfrenta desafios semelhantes devido às medidas recessivas adotadas pelo governo. A produção manufatureira caiu 21,2% em março em comparação ao mesmo período de 2023, e o setor da construção civil enfrentou uma redução significativa, resultando na perda de aproximadamente 10 mil empregos por mês.

Apesar da desaceleração da inflação em abril, que foi de 8,8%, a economia argentina continua enfrentando dificuldades, com o FMI prevendo uma contração de 2,8% no PIB argentino em 2024. Esse cenário sinaliza mudanças importantes no comércio bilateral entre Brasil e Argentina, com impactos significativos em ambos os países.

Fonte: Brasil247

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