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ONU planeja grande reforma em meio à crise de financiamento, mostra memorando interno

Ideia é reduzir as dezenas de agências da ONU para apenas quatro: paz e segurança, assuntos humanitários, desenvolvimento sustentável e direitos humanos

Da Redação

Sexta - 02/05/2025 às 10:00



Foto: @reuters ONU
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A Organização das Nações Unidas (ONU) está considerando uma reforma abrangente que pode unir departamentos importantes e reorganizar seus recursos globalmente, conforme um memorando interno preparado por autoridades sêniores responsáveis por essa reforma.

Este processo ocorre em um momento delicado, com as agências da ONU enfrentando dificuldades após cortes na ajuda externa dos Estados Unidos durante a presidência de Donald Trump, o que afetou principalmente as agências humanitárias da organização.

O documento, de seis páginas e marcado como "estritamente confidencial", foi visto pela Reuters e contém uma lista de "sugestões" que propõem consolidar várias agências da ONU em quatro departamentos principais: paz e segurança, assuntos humanitários, desenvolvimento sustentável e direitos humanos.

Entre as propostas, há uma opção de fundir operações de Programas como o Mundial de Alimentos, a agência da ONU para crianças (UNICEF), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a agência de refugiados (ACNUR) em uma única entidade humanitária. Essa medida visa a maior eficiência e a redução de custos, ao evitar a sobreposição de funções.

O memorando também sugere a fusão da agência de Aids da ONU com a OMS e propõe a redução do número de tradutores nas reuniões da ONU, o que pode parecer um pequeno ajuste, mas visa otimizar recursos. Outra sugestão envolve a consolidação da Organização Mundial do Comércio (OMC) com as agências de desenvolvimento da ONU, embora a OMC tenha destacado que não faz parte da ONU e, portanto, não está incluída nessas discussões.

As sugestões no memorando vão de mudanças pequenas a grandes transformações, e se implementadas, seriam as reformas mais significativas na organização em décadas. Embora o documento tenha sido visto como um ponto de partida, ele reconhece a necessidade de simplificação da ONU, citando problemas como "mandatos sobrepostos", "uso ineficiente de recursos", "fragmentação e duplicação" e a excessiva quantidade de cargos seniores.

O texto também destaca os desafios sistêmicos enfrentados pela organização, agravados pelo aumento de programas e missões sem uma estratégia clara de descontinuação, o que gera ineficiência e custos elevados.

A revisão foi proposta por uma força-tarefa formada em março pelo secretário-geral António Guterres, que tem enfatizado a necessidade de tornar a ONU mais econômica e eficaz.

Esse esforço se junta a iniciativas de redução de custos de curto prazo e pode ser visto como uma medida preventiva para evitar cortes mais profundos por parte dos EUA, que têm pressionado a organização. O porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, explicou que o memorando faz parte de um processo para gerar ideias sobre como alcançar a visão de reformas estruturais de longo prazo.

Fonte: Brasil247

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