
Em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (28.04), o governador Rafael Fonteles (PT) transformou o palco nacional em tribuna de defesa do Piauí, misturando otimismo político, projetos ousados e críticas contundentes ao atraso histórico da região. A frase que sintetizou seu discurso na entrevista – "Queremos que o passarinho mais fraco seja o primeiro a voar" – revela a prioridade: um crescimento econômico que não deixe ninguém para trás.
Fonteles destacou o estado como líder na transição energética, citando investimentos em hidrogênio verde e a superação de desafios hídricos. "Temos vocação para sustentabilidade. Somos o melhor lugar para se investir", afirmou, lembrando o potencial em energia renovável e a exploração de ferro e níquel. Sem abrir mão de debates polêmicos, defendeu a exploração de petróleo na Margem Equatorial, equilibrando-a com a preservação ambiental: "Temos a maior área verde para conciliar desenvolvimento e natureza", disse Rafael.
O governador foi enfático ao pedir penas mais duras para o crime organizado, mas também apontou falhas estruturais. Criticou a Agespisa, empresa estadual de água e esgoto: "Há 20 anos não universaliza serviços. Não tem condições financeiras de prestar um bom serviço. A solução? Concessões com garantias de ampliação para zonas rurais e cidades pequenas, um modelo que já atraiu interesse de empresas", explicou Fonteles.
PT mantém princípios
Sobre as eleições, Fonteles projetou Lula como favorito em 2026 e celebrou a força da base aliada no estado (PT, MDB e PSD), que controla 180 das 224 prefeituras. Reconheceu, porém, o pragmatismo do PT ao filiar novos petistas, desde que alinhados aos princípios partidários. Também defendeu punição aos envolvidos na tentativa de golpe de estado em 2022 e 2023 e reforçou a necessidade de reforma eleitoral com votação unificada (municipal, estadual e federal).
Fonteles acerta ao colocar o Piauí no radar nacional, mas seu discurso exige ações práticas. A exploração mineral e energética pode gerar riqueza, mas é preciso evitar os erros de outros estados, onde recursos naturais viraram passivos ambientais. A Agespisa é símbolo de um problema crônico: sem transparência, mesmo as concessões podem repetir fracassos.
Entrevista
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