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Embaixada do Brasil no Líbano nega repatriação de família brasileira ferida em bombardeio

Ministério das Relações Exteriores afirma que assistência está sendo prestada aos feridos e pedidos de repatriação serão avaliados

Da Redação

Sexta - 07/06/2024 às 10:45



Foto: Arquivo pessoall Mãe e filhos de 10 e 9 anos (de véu preto e camiseta branca) ficam feridos em ataque aéreo
Mãe e filhos de 10 e 9 anos (de véu preto e camiseta branca) ficam feridos em ataque aéreo

A Embaixada do Brasil no Líbano negou o pedido de repatriação da família brasileira que ficou ferida após um bombardeio atingir sua casa em Saddike, no Sul do Líbano, no último sábado (1º). A informação foi confirmada nesta sexta-feira (7) por parentes das vítimas.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores declarou que tem prestado assistência aos brasileiros feridos e que "eventuais pedidos de repatriação serão avaliados conforme orientações das equipes médicas sobre as condições de saúde dos envolvidos e à luz da normativa consular vigente".

Fátima Boustani, que possui cidadania brasileira e nasceu no Líbano, estava na casa com dois dos seus quatro filhos, uma menina de 10 anos e um menino de 9 anos, quando foram surpreendidos pelo bombardeio. Os outros dois filhos, de 12 e 7 anos, estavam na casa dos avós no momento do ataque. Seu marido, Ahmad Aidibi, reside em Itapevi, tendo se mudado para o Brasil em busca de oportunidades de trabalho.

Segundo Hussein Ezzddein, primo de Aidibi que vive em São Paulo, o comunicado da Embaixada informou que, "a pedido do Embaixador, venho reiterar que, de acordo com o regulamento consular brasileiro, não se procede à repatriação de brasileiros que também sejam nacionais dos países onde se encontram, salvo em casos excepcionais, a exemplo de repatriações coletivas".

A Embaixada assegurou à família que tem acompanhado de perto a evolução do estado de saúde de Fátima e sua filha Zahraa, e que se esforçou para garantir a transferência dela para um hospital em Beirute, onde poderia receber a melhor assistência médica disponível, sem custos para a família.

O Itamaraty ressaltou que, para a repatriação, são necessários requisitos como a expressa vontade do nacional em ser repatriado, declaração de hipossuficiência emitida pela Defensoria Pública da União e, no caso de menores, autorização de ambos os genitores.

Estado de saúde e preocupações futuras

Fátima foi levada em estado grave e com ferimentos no rosto ao Hospital Libanês Italiano, em Tiro. Nesta quinta-feira (6), ela foi transferida para um hospital em Beirute e está apresentando melhoras. Sua filha de 10 anos permanece no Hospital Libanês Italiano, com estado estável após passar por três cirurgias na perna. O outro filho já recebeu alta na quarta-feira (5).

Hussein relatou que Ahmad, marido de Fátima, teme novos ataques que possam atingir os filhos, já que os bombardeios israelenses na região sul do Líbano continuam. Ele gostaria que as crianças fossem repatriadas, uma vez que Fátima ainda está internada e necessita de assistência médica.

O Brasil condenou o ataque e manifestou apoio à família, declarando que está em contato com os familiares e a equipe médica e oferecendo apoio consular. Desde o início do conflito entre Israel e Palestina, a Embaixada em Beirute monitora e mantém contato regular com os brasileiros residentes no sul do Líbano

Fonte: G1

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