Morreu neste sábado (20) Lindomar Castilho, um dos nomes mais conhecidos da música brega no Brasil. Autor de sucessos como “Você É Doida Demais”, o cantor teve uma carreira marcada tanto pelo sucesso popular quanto por um crime que marcou sua trajetória artística: o assassinato da sua ex-mulher, a também cantora Eliane de Grammont.
Em 1981, Lindomar matou a tiros sua ex-mulher durante uma apresentação em São Paulo. Ele foi condenado a 12 anos de prisão, cumpriu parte da pena e deixou a cadeia na década de 1990. A morte do cantor reacendeu a memória desse episódio por meio de um desabafo público de sua filha, Lili de Grammont, nas redes sociais. Em sua mensagem, ela relacionou o falecimento do pai à violência que marcou a história da família.
"Meu pai partiu. E, como qualquer ser humano, ele é finito. Foi alguém que se desviou pela vaidade e pelo narcisismo. Ao tirar a vida da minha mãe, também morreu em vida. O homem que mata também morre. Morre o pai e nasce um assassino; morre uma família inteira."
Em uma mensagem marcada pela emoção, Lili afirmou que se despede do pai com a consciência de que fez o que lhe foi possível, “com dor, sim, mas com todo o amor que aprendi a sentir e a expressar nesta vida”.
Ela também refletiu sobre a complexidade do perdão diante da tragédia familiar. “Se eu perdoei? Essa resposta não é simples como um sim ou um não. Ela envolve todas as camadas das dores e das delícias de existir, de ser um ser complexo e em constante transformação”, escreveu.
Conhecido como o “Rei do Bolero”, Lindomar ganhou projeção nacional nos anos 1970, período em que se tornou um dos artistas que mais venderam discos no país, com músicas que dominaram as rádios e alcançaram grande público.
Fonte: g1