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CRISE HIDRICA

Estudo inédito revela queda de 38% nas chuvas na bacia do rio Parnaíba desde a década 70

Entre seis bacias analisadas, a do Parnaíba ocupa o primeiro lugar no ranking de redução da pluviosidade

Da Redação

Quinta - 03/07/2025 às 10:28



Foto: Arquivo/Governo Federal Rio Parnaíba na divisa entre Piauí e Maranhão
Rio Parnaíba na divisa entre Piauí e Maranhão

Um levantamento inédito apontou um alerta vermelho para a bacia do rio Parnaíba, que abrange estados do Nordeste como Piauí, Maranhão e Ceará. Segundo o estudo, o volume de chuvas na região caiu 38% desde a década de 1970. Os números fazem parte do projeto especial Cerrado – O Elo Sagrado das Águas do Brasil, que analisou dados ao longo de 12 meses, sob coordenação da Ambiental Media, a partir de informações da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do MapBiomas.

Além da bacia do Parnaíba, o estudo também investigou as bacias dos rios Araguaia, Paraná, São Francisco, Taquari e Tocantins. No entanto, foi a bacia do Parnaíba que liderou o ranking de redução da pluviosidade, com índices que evidenciam um cenário preocupante para a segurança hídrica do semiárido brasileiro.


Outro dado que chama atenção é a queda de 24% na vazão mínima de segurança (Q90) da bacia, passando de 243 metros cúbicos por segundo para apenas 185 m³/s no período. Esse indicador mede o volume mínimo necessário para manter a sustentabilidade dos ecossistemas aquáticos e abastecer populações ribeirinhas.

Já o índice de evapotranspiração potencial, que estima a quantidade de água devolvida à atmosfera pelo solo e pela vegetação, subiu 7%, passando de 136 mm/ano para 145,84 mm/ano. Esse aumento está diretamente ligado ao avanço das mudanças climáticas, já que temperaturas mais altas potencializam a perda de umidade.

A área de produção de soja na bacia do Parnaíba saltou impressionantes 22.993.800% desde os anos 1970, de apenas 7 hectares para mais de 1,6 milhão de hectares atualmente. Enquanto isso, a vegetação nativa sofreu uma redução de 12%, com uma perda de mais de 3 milhões de hectares de cobertura original.

Fonte: Ambiental Media

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