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ASTRONOMIA

Cometa Lemmon está próximo à Terra e pode ser visto a olho nu até dia 8 de novembro

Fenômeno atingiu o ponto mais próximo do planeta na terça-feita (21) e deve ficar visível por alguns dias. Cometa só retornar daqui a 1.300 anos

Da Redação

Sábado - 25/10/2025 às 13:15



Foto: Naza Cometa Lemmon passará próximo à Terra e poderá ser visto a olho nu
Cometa Lemmon passará próximo à Terra e poderá ser visto a olho nu

O cometa C/2025 A6 (Lemmon), também chamado de Cometa Verde, descoberto em janeiro deste ano pelo observatório Mount Lemmon, no Arizona (EUA), está em seu auge de brilho e pode ser observado do Brasil e de outras partes do mundo até dia 8 de novembro. Segundo astonômos, o corpo celeste alcançou na terça-feira (21/10) sua maior aproximação da Terra antes de seguir em direção ao Sol.

Depois de contornar o Sol, no início de novembro, o cometa deve se afastar cada vez mais até desaparecer do alcance dos telescópios, e só voltará a passar por aqui daqui a cerca de 1.300 anos.

De acordo com a Royal Astronomical Society, o Lemmon é o cometa mais fácil de ver em 2025, em ambos os hemisférios. O astrônomo Gabriel Rodrigues Hickel, doutor em Astrofísica pelo Inpe e professor da Unifei, explica que o Lemmon tem origem nas regiões mais distantes do Sistema Solar, no Cinturão de Kuiper, uma região localizada além da órbita de Netuno, que contém milhões de corpos celestes gelados.

“Ele é um daqueles visitantes raros que vêm das partes mais externas do Sistema Solar. Pequeno, gelado e com uma trajetória muito alongada”, explica Hickel. Segundo ele, o brilho visível se deve à reflexão da luz solar nos gases e poeira que se desprendem quando o cometa se aproxima do Sol.

“Esses materiais formam uma espécie de envoltório em volta do núcleo, chamado de coma. E o vento solar empurra parte desse material, criando a famosa cauda, que sempre aponta para o lado oposto do Sol”, detalha.

Justamente por isso, por enquanto, o Lemmon pode ser visto a olho nu ou com binóculos, como um ponto esverdeado e difuso, principalmente em locais escuros.

“Não é espetacular como alguns cometas do passado, mas é bonito de ver. Quem estiver longe das luzes das cidades tem boas chances de avistá-lo pouco antes do amanhecer”, afirma o astrônomo.

Como observar

Até o final de outubro, o cometa estará visível em melhores condições para o Nemisfério Norte. Mas, segundo Hickel, o “jogo vira” nos próximos dias.

Nos dias 27 ou 28 de outubro, todo o Brasil deve ter boas chances de ver o Lemmon logo após o pôr do Sol. Ele vai aparecer próximo aos planetas Mercúrio e Marte e à estrela Antares, na constelação de Escorpião.

O brilho pode variar conforme a quantidade de gás e poeira que o cometa liberar ao se aquecer.

“Se as taxas de ejeção se mantiverem altas, poderemos ter uma visão memorável, especialmente perto do dia 8 de novembro, quando ele atinge o periélio”, diz Hickel, referindo-se ao ponto de maior proximidade com o Sol.

Com binóculos ou telescópios, o Lemmon deve aparecer como um ponto esverdeado com cauda tênue. A coloração vem dos gases como cianogênio e carbono diatômico, típicos de cometas ativos.

A passagem do Lemmon coincide ainda com outro espetáculo celeste: a chuva de meteoros Orionídeos, ativa entre 2 de outubro e 7 de novembro, com pico também nesta semana.

O fenômeno ocorre quando a Terra cruza fragmentos deixados pelo cometa Halley, que visita o entorno do nsso planeta a cada 75 anos, sua próxima aparição está prevista para 2061.

Durante a chuva, pequenas partículas entram na atmosfera terrestre a grande velocidade e produzem os riscos luminosos conhecidos como “estrelas cadentes”.

Em noites de céu limpo, é possível ver dezenas delas por hora. Astrônomos recomendam procurar locais afastados das luzes da cidade e dar tempo aos olhos para se adaptar à escuridão.

Fonte: G1

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