
A região Sul do Piauí se consolidou como a nova fronteira do desmatamento legalizado no estado, liderando o ranking de perda de cobertura vegetal. A expansão de empreendimentos do agronegócio, especialmente para o cultivo de soja, tem transformado vastas áreas de vegetação nativa em lavouras. A pressão concentra-se principalmente no cerrado piauiense.
Em entrevista ao jornalista Luiz Brandão, para o Podcast do portal Piauí Hoje, o secretário estadual do Meio Ambiente, Feliphe Araújo, disse que o governo do Estado está de olho e fiscaliza essas áreas. Ele afirmou que a maior parte desse desmatamento na região ocorre dentro da lei, com empreendimentos tendo que manter os 30% a 50% de reserva legal exigidos pela legislação.
O Piauí vem aumentando progressivamente sua área produtiva, o que significa mais área desmatada. Atualmente, o estado tem mais de 1 milhão de hectares ocupados com o plantio de soja. O milho ocupa 392.119 hectares, segundo o IBGE.
O secretário do Meio Ambiente diz que a região do Matopiba, pelo seu potencial agrícola, tem atraído grandes produtores de grão, especialmente para o Piauí, que ainda tem áreas para serem exploradas. “Apesar de ter esse desmatamento, hoje o Piauí ainda é um dos estados que tem uma maior parte da sua área preservada pelo meio ambiente. Então, mesmo com esse avanço que aconteceu nos últimos anos, nosso estado está protegido do ponto de vista ambiental”, garante o secretário.
Feliphe explicou que o governo estadual tem trabalhando muito no combate ao desmatamento ilegal. Uma das estratégias é a utilização de sistemas de monitoramento por satélite, que emitem alertas em tempo real quando detectam a retirada de cobertura vegetal. “Quando não há licença ambiental, as equipes de fiscalização são acionadas imediatamente. Há uma multa e são valores muito altos”, ressalta.
Outra frente de atuação para combater os impactos ambientais é o programa Piauí Verde, cuja meta é o plantio de 4 milhões de mudas em quatro anos, com parcerias estabelecidas com municípios. “As mudas são distribuídas para as famílias, para plantarem na sua casa, para a arborização da cidade e também para recuperação de áreas degradadas”, explica o gestor.
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