
O advogado José Francisco Barbosa Abud, que ganhou notoriedade em março deste ano após proferir ofensas racistas contra a juíza Helenice Rangel Gonzaga Martins, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), foi encontrado morto em sua residência em Campos dos Goytacazes (RJ) nesta segunda-feira (28). Até o momento, as circunstâncias da morte de Abud não foram divulgadas. Autoridades locais devem investigar o caso. O caso reacende as discussões sobre racismo estrutural e a responsabilidade ética no meio jurídico.
Ofensas racistas e repercussão
As declarações discriminatórias ocorreram após a magistrada indeferir um pedido de Abud em um processo na 3ª Vara Cível de Campos dos Goytacazes. Em uma petição, o advogado dirigiu à juíza termos como:
- “Magistrada afrodescendente com resquícios de senzala e recalque ou memória celular dos açoites”
e ainda:
- “Decisões prevaricadoras proferidas por bonecas admoestadas das filhas das Sinhás das casas de engenho”.
As frases foram amplamente repudiadas por entidades jurídicas, incluindo o TJRJ, que classificou as ofensas como incompatíveis com os princípios éticos da advocacia e uma **grave afronta à dignidade humana.
Condenação ao racismo e apoio à magistrada
A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) manifestou apoio irrestrito à juíza Helenice e repudiou veementemente o ataque racista. A OAB Campos emitiu uma nota de pesar pela morte do advogado, sem mencionar o caso anterior.
O TJRJ destacou que as ofensas violam não apenas a honra profissional da magistrada, mas também ferem os princípios democráticos do Judiciário. O episódio reforça a necessidade de combater o racismo dentro e fora das instituições.
Nota da Redação
O portal Piauí Hoje.Com repudia qualquer forma de racismo e defende a igualdade racial no Brasil. A linguagem discriminatória não só fere a vítima, mas envergonha toda a sociedade.