Diante a confirmação de um foco de gripe aviária altamente patogênica em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou a suspensão preventiva das exportações de carne de frango e seus derivados.
As restrições foram adotadas em conformidade com os protocolos internacionais de segurança sanitária e afetam, inicialmente, os mercados da China, União Europeia e Argentina.
A China, principal destino das exportações brasileiras de carne de frango, com 562,2 mil toneladas importadas em 2024, impôs a suspensão para todo o território nacional. A União Europeia, que adquiriu 231,8 mil toneladas no mesmo período, também adotou medida similar.
A Argentina, embora não figure entre os maiores importadores, decidiu suspender preventivamente as importações de produtos avícolas brasileiros, com exceção de aves de um dia e ovos férteis provenientes de compartimentos reconhecidos como livres da doença.
O Mapa informou que está trabalhando para que as negociações de acordos sanitários internacionais com os países parceiros reconheçam o princípio de regionalização, preconizado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), restringindo a exportação aos 10 quilômetros de raio do foco identificado. No entanto, a pasta reconhece que os países importadores costumam adotar diferentes critérios de regionalização, o que pode variar entre restrições locais ou regionais.
Apesar das restrições, o Mapa assegura que não há risco para o consumo humano de carne de aves e ovos, reiterando que a gripe aviária não é transmitida por meio do consumo desses produtos. A pasta destaca que o risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas.
O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, vendeu 5,2 milhões de toneladas do produto em 2024, gerando receitas de US$ 9,9 bilhões. As exportações representam mais de 35,3% da produção nacional, com os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul concentrando 78% dessas exportações. O impacto das restrições é significativo, especialmente para o Rio Grande do Sul, que concentra grande parte da produção e exportação de carne de frango do país.
O Mapa reforça seu compromisso com a transparência e a responsabilidade na qualidade e sanidade dos produtos exportados pelo Brasil, e segue as diretrizes dos acordos sanitários internacionais para mitigar os impactos das restrições impostas pelos países importadores.
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Fonte: Agência Brasil
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