Economia

TAXAÇÃO

Alckmin critica taxação do aço pelo governo Trump e diz que governo avalia recurso à OMC

"A OMC existe justamente para isso: estabelecer regras gerais para o comércio internacional", disse o vice-presidente

Da Redação

Quarta - 12/03/2025 às 18:22



Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Vice-presidente Geraldo Alckmin
Vice-presidente Geraldo Alckmin

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, lamentou profundamente a decisão dos Estados Unidos de taxar o aço brasileiro em 25%, medida que entrou em vigor nesta quarta-feira (12). Em declaração no Palácio do Planalto, Alckmin destacou que o governo busca diálogo com os americanos para minimizar os impactos da decisão e avalia recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).

"A medida não foi tomada especificamente contra o Brasil, mas para o mundo inteiro, com alíquota de 25% sobre a importação de aço e alumínio. O governo brasileiro lamenta profundamente essa decisão porque, primeiro, o Brasil não representa um problema comercial para os Estados Unidos. Pelo contrário, eles têm um superávit conosco de mais de US$ 7 bilhões apenas em bens, sem contar o setor de serviços. No caso do aço, há uma complementariedade: somos o terceiro maior comprador do carvão siderúrgico dos EUA, processamos esse material e exportamos o semielaborado para eles", afirmou Alckmin, de acordo com a Folha de S. Paulo.

O vice-presidente reforçou que a prioridade do governo brasileiro é tentar reverter a decisão por meio da negociação diplomática. "A disposição, em primeiro lugar, é para o diálogo. Nos próximos dias e semanas, vamos intensificar esse trabalho junto aos EUA e continuar lamentando profundamente essa medida, que encarece produtos, dificulta o comércio e foi tomada de forma unilateral. O Brasil avaliará outras medidas a serem adotadas", acrescentou.

Ainda conforme a reportagem, Alckmin também confirmou que o governo considera acionar a OMC para contestar a decisão americana. "Esta é uma possibilidade. Nós defendemos o multilateralismo e a complementariedade econômica. A OMC existe justamente para isso: estabelecer regras gerais para o comércio internacional", afirmou.

No entanto, um eventual recurso à OMC teria um caráter mais simbólico do que prático, já que o sistema de resolução de disputas da entidade está paralisado há anos devido a vetos impostos pelos próprios Estados Unidos.

Fonte: Brasil 247

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