
Ao contrário do que circula em redes sociais, não existe mistério e nenhuma disputa judicial ou conflito entre herdeiros envolvendo um casarão da Avenida Presidente Kennedy, em Teresina. O imóvel, que foi um lar cheio de memórias para a Família Alves, hoje está abandonado por uma razão simples: os atuais proprietários, empresários do ramo de material de construção, nunca cuidaram do local. A negligência transformou o que já foi um palacete acolhedor em um foco de insegurança e degradação.
Construído no final dos anos 1970, o casarão de estilo imponente — apelidado de "Karnakinho da Kennedy" por lembrar a fachada do Palácio de Karnak — foi adquirido na década de 1980 por Francisco Itamar Alves, um cearense e dedicado funcionário do DNOCS. Por décadas, a casa foi o cenário de festas, reuniões familiares e momentos felizes para os Alves.
Com a morte de Seu Itamar, em setembro de 2009, e o envelhecimento de sua viúva, a família decidiu vender o imóvel, o que ocorreu em fevereiro de 2013. Os filhos, já estabelecidos em suas próprias casas, preferiram levar a mãe para um apartamento, onde puderam cuidar dela com mais conforto. A venda foi realizada sem problemas, mas o novo capítulo da história do casarão foi marcado pelo total descaso.
Não há mistério sobre a casa. O que existe é abandono proposital
O matagal tomou conta do lugar e hoje o casarão serve de esconderijo de usuários de drogas Novos donos deixaram arruinar
Os atuais proprietários, que seriam donos de uma grande loja de material de construção em Teresina, adquiriram o imóvel, mas nunca se interessaram em usá-lo ou preservá-lo. Hoje, o local está coberto de mato, lixo e depredações, servindo de abrigo para usuários de drogas e prostituição. A situação preocupa moradores da região, que reclamam do risco à segurança e à saúde pública.
A degradação do casarão alimentou especulações infundadas, como histórias de "herdeiros brigando" ou "fantasmas". A realidade, porém, é mais simples e triste: o imóvel foi vendido legalmente, e seu estado atual é resultado puro da negligência dos atuais proprietários. Enquanto a memória da Família Alves se perde entre os escombros, a comunidade espera que o poder público ou os próprios donos tomem uma atitude para resolver o problema.