
Milhões de brasileiros acompanharam, nesta quarta-feira, o julgamento histórico da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete pessoas réus por tentativa de golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. A sessão, transmitida ao vivo pela Internet, TV aberta e canais internacionais, marcou um novo capítulo na crise política que se seguiu ao pleito.
Os cinco ministros do colegiado votaram unanimemente para aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou um "núcleo crucial" por trás da tentativa de ruptura democrática. Entre os acusados estão militares, ex-ministros e aliados próximos de Bolsonaro, como o general Walter Braga Netto (ex-vice na chapa), Augusto Heleno (ex-GSI), Alexandre Ramagem (ex-Abin), Anderson Torres (ex-Justiça), Almir Garnier (ex-Marinha), Paulo Sérgio Nogueira (ex-Defesa) e Mauro Cid (ex-ajudante de ordens e delator).
Expectativa e repercussão
A transmissão do julgamento atraiu audiência recorde, refletindo a tensão e a polarização no país. Nas redes sociais, hashtags como #STF, #BolsonaroRéu e #JulgamentoGolpe viralizaram, enquanto analistas destacaram o peso simbólico da decisão. "Este é um marco para a democracia brasileira", afirmou um constitucionalista em entrevista a uma emissora.
Próximos passos
Com a aceitação da denúncia, inicia-se a fase de instrução processual, onde acusação e defesa apresentarão provas, testemunhas e recursos. O STF ainda não definiu data para o julgamento final, que decidirá pela condenação ou absolvição dos réus.
Crimes e Penas
Bolsonaro e os demais são acusados de:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado ao patrimônio público;
- Deterioração de patrimônio tombado.
As penas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão, mas especialistas ressaltam que a execução da pena depende de trâmites legais.
Bolsonaro será preso?
Por enquanto, não há ordem de prisão. O ex-presidente e os demais réus continuam em liberdade, mas passarão a responder formalmente ao processo. A defesa de Bolsonaro já anunciou que recorrerá da decisão.