
O rapper e cantor Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, teve o pedido de habeas corpus negado nesta sexta-feira (8). A Justiça do Rio de Janeiro manteve a prisão preventiva do artista, que é investigado por tentativa de homicídio qualificado contra dois policiais civis.
A decisão foi proferida pela desembargadora Márcia Perrini Bodart, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), que rejeitou o argumento da defesa de que a prisão seria ilegal ou desnecessária.
Entenda o caso
Oruam é filho de Marcinho VP, um dos líderes históricos do Comando Vermelho, que cumpre pena em presídio federal. No habeas corpus, os advogados do cantor pediram a substituição da prisão por medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica ou comparecimento em juízo. A defesa alegou que a custódia representava um constrangimento ilegal e destacou supostas falhas na operação policial que resultou na prisão do rapper, em julho.
A magistrada, no entanto, entendeu que não há qualquer ilegalidade flagrante que justifique a soltura do investigado neste momento. Na decisão, ela citou trechos do processo que apontam comportamento agressivo do artista antes e durante a abordagem policial, além de publicações nas redes sociais que demonstrariam risco à ordem pública.
O habeas corpus foi negado antes mesmo da análise do mérito do processo. A desembargadora ainda determinou um prazo de 10 dias para que o Ministério Público e a juíza Tula Corrêa de Mello, da 3ª Vara Criminal da Capital, responsável por decretar a prisão, se manifestem.
Outras acusações
Oruam foi preso após uma ação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) na casa do artista, no bairro do Joá, Zona Oeste do Rio, no dia 21 de julho. Segundo a polícia, ele e um grupo de pessoas tentaram impedir a apreensão de um adolescente ligado ao tráfico de drogas e hostilizaram os agentes com xingamentos e pedras, o que teria motivado a reação dos policiais e a entrada no imóvel.
Além da acusação de tentativa de homicídio, o rapper foi indiciado por tráfico de drogas, associação para o tráfico, resistência, desacato, lesão corporal, ameaça e dano. A defesa informou que deve recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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Fonte: Agência Brasil e Brasil 247