
Flopou o quarto ato convocado por Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, neste domingo (29). Apesar da mobilização intensa promovida pelo pastor Silas Malafaia, que organizou e financiou o evento, e da presença de figuras políticas influentes da extrema direita, o público presente foi significativamente menor do que em atos anteriores.
Segundo dados do Monitor do Debate Político da USP, o pico de participantes foi de apenas 12 mil pessoas — menos de um terço dos 44,9 mil registrados em abril deste ano. A informação é da Sputnik Brasil, que acompanhou in loco a manifestação.
O ex-presidente é investigado pela Polícia Federal (PF) e apontado como líder da organização criminosa que tentou um golpe de Estado. Imagens transmitidas por sites bolsonaristas mostram que os apoiadores presentes não preencheram sequer dois quarteirões da avenida.
O evento ocorreu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), com um trio elétrico estacionado na altura da rua Peixoto Gomide. Entre bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos, apoiadores empunhavam cartazes contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar da atmosfera de protesto, o clima era de constrangimento entre os aliados diante do número reduzido de presentes.
Justificativas frágeis e discursos reciclados
Diante do evidente fracasso de público, líderes bolsonaristas recorreram a explicações pouco convincentes. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) culpou a data e as dificuldades financeiras dos apoiadores: “É o penúltimo dia do mês, o nosso povo vem sempre pagando passagem, mais as despesas de Uber”, afirmou.
Silas Malafaia, por sua vez, tentou relativizar a baixa adesão, dizendo que “o número de participantes seria menos importante que o teor de seu discurso”. A tentativa de minimizar o fiasco, no entanto, contrastava com o objetivo central do ato: pressionar o STF no momento em que Bolsonaro é réu em múltiplas ações penais e articulava, informalmente, seu retorno ao cenário eleitoral de 2026.
Plateia esvaziada, palanque cheio
Apesar do público acanhado, o ato contou com a presença de quatro governadores bolsonaristas: Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Cláudio Castro (RJ) e Jorginho Mello (SC). Em seu discurso, Tarcísio atacou diretamente o Partido dos Trabalhadores: “O Brasil não aguenta mais o PT. Vamos dar essa resposta no ano que vem.”
Também presente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reforçou a tese de perseguição ao pai, chamando os processos contra o ex-presidente de “inquisitórios”.
Fonte: Com informações de Revista Fórum e Brasil 247